Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Jogada inteligente: o que explica a vitória da Microsoft sobre a Apple

Inovações em inteligência artificial e computação em nuvem levam a empresa a se tornar a de maior valor de mercado nos Estados Unidos

Por Luana Zanobia Atualizado em 4 jun 2024, 09h28 - Publicado em 19 jan 2024, 06h00

Fundadas com a diferença de apenas um ano, Microsoft (nascida em abril de 1975) e Apple (abril de 1976) seguiram em suas trajetórias caminhos bem distintos. Enquanto a empresa criada por Bill Gates foi, durante muito tempo, sinônimo de software, a companhia da maçã ficou marcada pela genialidade inventiva de Steve Jobs. Em outras palavras: a Microsoft era necessária e a Apple, sexy. No século XXI, a discrepância se intensificou com o lançamento do iPhone, que conquistou a condição de obje­to de desejo de consumidores do mundo inteiro. Não à toa, a Apple se tornou, em 2023, a primeira empresa da história a alcançar valor de mercado de 3 trilhões de dólares. Nos últimos meses, contudo, o jogo mudou, e a Microsoft voltou a ocupar o posto de corporação mais valiosa dos Estados Unidos, após três anos fora do topo. A que se deve a virada?

LIDERANÇA - Cook (à esq.), CEO da Apple, e Nadella, da Microsoft: corrida pela IA
LIDERANÇA - Cook (à esq.), CEO da Apple, e Nadella, da Microsoft: corrida pela IA (Josh Edelson/AFP; Annegret Hilse/dpa/AFP)

Há uma razão principal que explica o movimento: inovação. Depois de muito tempo — pelo menos desde a era da computação pessoal —, a Microsoft voltou a liderar uma transição tecnológica. Desta vez, ela está à frente da chamada inteligência artificial regenerativa, tecnologia que responde perguntas e gera imagens a partir de sugestões feitas por usuários. A mudança foi gestada em 2019, quando, por determinação do chefão global, Satya Nadella, a Microsoft investiu em uma startup desconhecida, a OpenAI, que estava desenvolvendo um novo sistema de inteligência artificial. Em 2022, o ChatGPT chegou ao mercado e o mundo foi tomado por uma revolução. Nos últimos quatro anos, a big tech injetou 2 bilhões de dólares na OpenAI, e um novo aporte de 10 bilhões de dólares foi anunciado recentemente. “Decisões assertivas do CEO contribuíram para a valorização da empresa”, diz André Miceli, líder no Brasil da MIT Technology Review, plataforma de conteúdo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

A IA não foi a única aposta certeira da Microsoft. A empresa fez incursões bem-sucedidas no lucrativo negócio de computação em nuvem. A Azure, seu braço de negócios no ramo, é hoje a principal concorrente da Amazon na oferta desse tipo de serviço, e foi decisiva para o bom desempenho financeiro da Microsoft em seu mais recente balanço. No primeiro trimestre do atual ano fiscal, o lucro da Azure cresceu 29% na comparação anual, acima dos ótimos 26% registrados pela companhia como um todo.

APOSTA - Óculos de realidade virtual Vision Pro: tentativa da Apple de encontrar novas fontes de receitas
APOSTA - Óculos de realidade virtual Vision Pro: tentativa da Apple de encontrar novas fontes de receitas (Justin Sullivan/Getty Images)
Continua após a publicidade

Enquanto isso, a Apple vive tempos desafiadores. A empresa está atrasada na corrida da inteligência artificial e, para piorar, não há projeto consistente na área. Em conversa recente com analistas, o presidente Tim Cook afirmou que a companhia tem um trabalho “em andamento” no campo de IA, mas não deu detalhes sobre o que seria. Como se não bastasse, as vendas de iPhone também não empolgam como antes. A situação é tão complexa que, nos últimos dias, a Apple passou a dar descontos — algo inusual em sua história — nos smartphones vendidos na China, na tentativa de enfrentar a concorrência de marcas como Xiaomi e Huawei, que avançam sem parar. No ano passado, as vendas de iPhones no mercado chinês tombaram 30%. Ainda assim, a Apple fechou 2023 como líder do mercado global de smartphones.

arte Microsoft Apple

Empresas de tecnologia enfrentam o desafio permanente de se reinventar. Foi assim com a Microsoft, que encontrou na inteligência artificial um novo caminho promissor. A própria Apple sabe o que é isso — a empresa, afinal, deixou de ser só uma fabricante de computadores para revolucionar o mercado de aparelhos de celular. Nesta semana, a estratégia de diversificação foi revigorada com o lançamento dos óculos de realidade virtual Vision Pro. Será suficiente para dar novo fôlego à Apple? Ninguém sabe a resposta, mas não é recomendável duvidar de uma empresa que, assim como a Microsoft, mudou o mundo.

Publicado em VEJA de 19 de janeiro de 2024, edição nº 2876

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.