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Japonesa morre depois de fazer mais de 159 horas extras em um mês

No Japão, 22,7% das empresas admitiram que funcionários faziam mais de 80 horas extras por mês

Por Da redação
5 out 2017, 13h21

Uma mulher japonesa morreu por insuficiência cardíaca após trabalhar 159 horas extras em um mês – ela tirou apenas dois dias de folga neste período. O caso aconteceu em julho de 2013, mas a empresa só reconheceu que a causa da morte foi excesso de trabalho nesta semana, a pedido da família da vítima.

Miwa Sado, 31, trabalhava como repórter de política na maior emissora pública do Japão, a NHK. No mês de sua morte, ela cobriu as eleições da Assembleia Metropolitana de Tóquio e da Alta Câmara Nacional do Japão.

De acordo com um alto funcionário do departamento de notícias da NHK, Masahiko Yamauchi, a empresa demorou três anos para divulgar a morte de Miwa em respeito à família da jornalista. Yamauchi afirmou que a morte dela é um “problema para a a organização como um todo, incluindo o sistema trabalhista e como as eleições são cobertas”.

A família de Miwa publicou uma mensagem sobre  a morte dela: “Ainda hoje, quatro anos depois, não podemos aceitar a morte de nossa filha como uma realidade. Esperamos que a tristeza de uma família enlutada não seja desperdiçada “.

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O caso de Miwa reabre a discussão sobre como os japoneses equilibram a vida pessoal e o trabalho. Mais de 2.000 japoneses se mataram por problemas relacionados ao trabalho em março de 2016, segundo um relatório divulgado pelo governo – o documento não leva em consideração as mortes por ataques cardíacos, derrames e outras doenças que podem ser engatilhadas por excesso de tempo no trabalho.

No Japão, 22,7% das empresas admitiram que funcionários faziam mais de 80 horas extras por mês. O levantamento do governo considerou os meses de dezembro de 2015 a janeiro de 2016.

Em abril de 2015, Matsuri Takahashi, 24, tirou a própria vida por stress causado pelas longas jornadas de trabalho. No mês anterior à sua morte, ela chegou a fazer mais de 100 horas extras.

Com a repercussão do caso de Matsuri, o governo propôs que os funcionários pudessem fazer no máximo 100 horas adicionais por mês e também sanções as empresas que permitissem que o limite fosse excedido.

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