Uma das maiores montadoras da Grã-Bretanha, a Jaguar Land Rover anunciou ao mercado, neste sábado, 5, a suspensão das exportações para os Estados Unidos, em abril. A princípio, trata-se de uma pausa para a empresa reposicionar os negócios, diante da bomba que o presidente Donald Trump soltou no mercado, ao aumentar os impostos dos produtos importados.

O tarifaço, como vem sendo chamado, que começa a valer hoje, aumenta em 25% o preço dos carros exportados pela Grã-Bretanha para os EUA. Os veículos são o principal produto vendido pelo país ao mercado americano, que correspondeu a 10,7 bilhões de dólares, em doze meses, contabilizados até setembro do ano passado.

No comunicado à imprensa, a Jaguar Land Rover diz que a “pausa dos embarques para os EUA em abril é uma parte das estratégias necessárias para avaliar como trabalhar a médio e longo prazo os novos negócios”, diante das tarifas de Trump.

A elevação dos impostos chegou em um momento delicado da economia britânica, em que a indústria automotiva já lida com a queda da demanda interna. Dados da Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Automóveis do Reino Unido, a produção nacional caiu 13,9% no ano passado e 77% dos carros fabricados foram exportados. Além disso, o país enfrenta a mudança da matriz energética. Para se adequarem a uma maior demanda de carros elétricos, as montadoras estão investindo em novas tecnologias, que não são necessárias nos carros a gasolina e diesel. Mas o mercado já estava aguardando as novas medidas.

As ameaças feitas por Trump, desde que assumiu, no sentido de rever as tarifas de todos parceiros comerciais, fez com que a indústria automotiva britânica se antecipasse. As marcas aumentaram as exportações para os EUA, para ter um estoque de mercadoria no país o que deve dar um fôlego para os negócios, mesmo que a curto prazo. Só em dezembro, os embarques aumentaram em 38,5%, em relação ao mesmo mês de 2023.

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