A inflação oficial surpreendeu em julho. Dado divulgado pelo IBGE nesta terça-feira, 12, mostrou que o IPCA registrou alta de 0,26%. Apesar da elevação, o dado foi interpretado como positivo pelos analistas e pelo mercado financeiro pois veio abaixo das expectativas. VEJA NEGÓCIOS chegou a indicar que a inflação poderia ser de 0,37% no mês. A surpresa geral veio acompanhada de outras, como o preço do café. E aí, assim como o produto, tem variações para todos os gostos.

A surpresa ficou por conta do café moído, que registrou queda de 1,01%. O dado chama a atenção pois a bebida vinha pesando no bolso do consumidor. A redução ainda é modesta, sobretudo se olharmos para um período mais longo. Em abril, o café moído registrava alta de 77% em doze meses. Naquela época, em março, o produto chegou a subir 8% em um único mês.

Mas a notícia de agora não é inteiramente positiva. O café solúvel subiu 2,68% em julho. E o cafezinho, 2,76%. Esses percentuais usam como referência o Brasil. Na região metropolitana de São Paulo, o preço anda de lado. O café moído caiu apenas 0,16%. Não há variação do preço do café solúvel e o cafezinho subiu 2,27%.

Café e o tarifaço

O produto está também no centro das discussões envolvendo o tarifaço aplicado pelos Estados Unidos ao Brasil. Embora exista uma série de isenções, como o suco de laranja e aviões, o café exportado pelo país segue tarifado em 50%. Em entrevista ao programa ‘Mercado’, de Veja+, o presidente da Cecafé, Márcio Ferreira, disse que o compasso era de espera. Cecafé é o conselho de exportadores do produto.

Análise do IPCA

Comentando a respeito do índice cheio de inflação, Natalie Victal, da SulAmérica Investimentos, disse que no conjunto “o dado confirma um cenário favorável para a inflação corrente, ainda que com o atenuante do nível elevado dos serviços”. Ainda de acordo com a economista, “o resultado contribui para sustentar o clima mais positivo nas expectativas”.

O IPCA é acompanhado de perto pelo Banco Central na política monetária. Recentemente, o Copom manteve a taxa de juros em 15% ao ano, sem indicar os próximos passos. A inflação aquém do esperado em julho contribui para a consolidação do cenário em que a Selic se mantém neste patamar neste ano e começa a cair no primeiro trimestre de 2026.

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