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Inflação nos EUA dá sinais de reaceleração e complica planos do Fed

Com consumo ainda robusto e pressão vinda dos serviços, a taxa anualizada do PCE se afasta da meta de 2% e reduz as chances de corte de juros no curto prazo

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2025, 10h54 - Publicado em 31 jul 2025, 10h30

O índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), o indicador preferido do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos, Fed) subiu 2,6% em junho na comparação anual, acima dos 2,4% registrados em maio e da expectativa de 2,5%. Já o núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, subiu para 2,8%. A meta de 2% continua mais distante do que os dirigentes do banco gostariam.

Na variação mensal, o PCE subiu 0,3% em junho, o que não parece alarmante à primeira vista. No entanto, esse mesmo ritmo se repetiu nos dois meses anteriores, formando um padrão. Quando se anualiza uma inflação mensal de 0,3% – isto é, se projetarmos esse mesmo aumento constante ao longo de 12 meses – o resultado é uma inflação acima de 3,5% ao ano. Essa taxa está bem acima da meta de 2% do Fed e sugere que a desinflação perdeu fôlego. A pressão de preços persiste sobretudo nos serviços, um setor movido por salários em alta e demanda ainda forte, reflexo de um mercado de trabalho resiliente.

A renda pessoal nominal cresceu US$ 71,4 bilhões em junho, ou 0,3% no mês, impulsionada por aumentos nos benefícios sociais e na remuneração. A renda disponível, após impostos, avançou na mesma magnitude. O consumo das famílias também acompanhou, com aumento de US$ 69,9 bilhões no mês, sustentado principalmente por serviços, mas com crescimento relevante também no consumo de bens, um sinal de que o apetite do consumidor permanece vivo, apesar dos juros elevados.

A taxa de poupança, por sua vez, recuou para 4,5%, seu menor nível desde novembro. Isso indica que os consumidores estão gastando uma parcela maior de sua renda, talvez confiantes na estabilidade do emprego, talvez pressionados pelo aumento de preços. Seja qual for a razão, o comportamento reforça a inércia inflacionária: o consumo robusto dificulta o arrefecimento dos preços, especialmente nos serviços.

Esse ambiente coloca o Fed em posição desconfortável. O presidente Jerome Powell tem reiterado que a política monetária precisa de mais “evidências” de progresso sustentável rumo à meta de 2%. Mas os sinais recentes não colaboram. Embora a taxa de desemprego esteja em 4,1%, acima dos 3,4% do ano passado, ainda se encontra em patamar historicamente baixo. A pressão do mercado de trabalho continua alimentando os salários e, consequentemente, a demanda.

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O dilema do Fed é que, embora a inflação já tenha caído substancialmente desde o pico de 7% no PCE registrado em 2022, o último trecho até os 2% está se revelando o mais difícil. Cortar juros agora poderia reacender a inflação. Mas manter os juros altos por muito tempo ameaça a atividade e amplia riscos no setor financeiro e imobiliário. A economia americana, ao que tudo indica, está presa em uma inflação persistentemente elevada para seus padrões.

Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado:

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