ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Inflação de 33% e desvalorização cambial de 47%: o lado B da economia da Nigéria

PIB da Nigéria foi o que mais cresceu no período em comparação com o mesmo período do ano passado, mas país enfrenta graves problemas econômicos e sociais

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 dez 2024, 08h38

Com um avanço de 2,4% no último trimestre, o PIB da Nigéria foi o que mais cresceu no período em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo ranking divulgado pela agência de classificação de risco Austin Rating. O resultado é duas vezes e meia maior do que o avanço da economia do Brasil nos últimos meses, que teve uma expansão semelhante de crescimento que a China, com alta de 0,9%.

País mais populoso da África com cerca de 222 milhões de habitantes, a taxa anualizada de crescimento do PIB da Nigéria é de 3,46% no terceiro trimestre de 2024, aumento em relação ao mesmo período do ano anterior. A projeção da Austin Rating é que o país cresça 2,9% em 2024 e 3,2% em 2025.

 O resultado do crescimento da economia é uma notícia positiva para um país que enfrenta graves problemas  sociais e econômicos.  A taxa de inflação anual está na casa dos 33%, segundo dados divulgados em outubro e a moeda nacional sofreu uma desvalorização de 47% frente ao dólar, neste ano. Embora a taxa de desemprego seja baixa, de 4,3%, a informalidade no país é alta: 93%. 

Para tentar conter o avanço da inflação, o Banco Central do país tem subido a taxa de juros, que está em 27,5%. O país também sofre com a questão fiscal, e tem passado por reformas econômicas para reduzir as despesas públicas, desde que o presidente Bola Tinubu assumiu em maio de 2023. Uma das mudanças que ele fez foi colocar fim aos subsídios para o preços dos combustíveis, que subiram até 200% em algumas partes do país e levaram a inflação nas alturas. Em julho do ano passado, Tinubu chegou a decretar estado de emergência por conta da elevação dos preços e a consequente falta de comida na mesa da população do país.

Embora a dúvida pública tenha correspondido ao 40% do PIB em 2023,  a dívida  tem um custo alto e consumiu 111%, das receitas do ano passado, segundo dados do Banco de Desenvolvimento da África.  Ou seja, apenas para pagar o custo da dívida o país gastou mais do que arrecadou no ano passado.

Continua após a publicidade

Nesta terça-feira, 3, o país  voltou ao mercado internacional e se endividou mais um pouco. É que o país anunciou que emitiu 2,2 bilhões de dólares em dívida pública, pagando juros em torno de 10%. Essa emissão foi a primeira desde 2022 e gerou uma demanda muito superior à oferta, com investidores interessados oferecendo mais de 9 bilhões de dólares.

Desempenho por setores no PIB da Nigéria no 3º trimestre 

O setor de Serviços foi responsável por mais da metade do total de riquezas geradas no país: representa 53,58% do PIB total, registrando um crescimento de 5,19% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo os dados do Escritório Nacional de Estatísticas no país. 

O setor agrícola, que havia crescido 1,30% no terceiro trimestre de 2023, registrou um aumento de 1,14% em 2024. O setor industrial apresentou um crescimento de 2,18%, um desempenho também superior ao aumento de 0,46% registrado no terceiro trimestre de 2023.

Continua após a publicidade

Maior produtor de petróleo da África,  a indústria petrolífera representa 5,57% do PIB no período.O país registrou uma produção média diária de petróleo de 1,47 milhão de barris por dia (mbpd), 0,02 mbpd a mais do que a média diária de 1,45 mbpd registrada no mesmo trimestre de 2023 e 0,07 mbpd superior ao volume de produção do segundo trimestre de 2024, que foi de 1,41 mbpd.

O crescimento real do setor de petróleo da Nigéria foi de 5,17% (na taxa anualizada) no terceiro trimestre de 2024. A alta é de 6,02 pontos percentuais em relação à taxa registrada no mesmo período do ano passado, mas 4,98 pontos percentuais menor do que o resultado registrado no segundo trimestre.

Já a indústria não-petrolífera da Nigéria cresceu 3,37% no terceiro trimestre de 2024. O relatório do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) aponta que essa taxa foi superior aos 2,80% registrados no segundo trimestre de 2024 e 0,62 ponto percentual maior do que os 2,75% registrados no mesmo trimestre de 2023.

O setor não-petrolífero contribuiu com 94,43% do PIB nacional no terceiro trimestre. percentual inferior à participação registrada no terceiro trimestre de 2023, que foi de 94,52%, mas superior ao segundo trimestre de 2024, que foi de 94,30%”, afirma o relatório.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.