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Inflação americana avança para 3% e reforça cautela do Fed com risco Trump no radar

Preços de energia impulsionam a inflação, mas o aumento nos núcleos indica que as pressões inflacionárias estão mais enraizadas

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 fev 2025, 12h11 - Publicado em 12 fev 2025, 11h11

O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos aumentou 0,5% em janeiro, acima do 0,4% em dezembro. Com isso, a inflação sobe para 3% no período de doze meses encerrado em janeiro, ligeiramente acima das expectativas do mercado, que previa uma manutenção em 2,9%.

A inflação tem sido um foco constante para o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), que nos últimos dois anos embarcou em uma agressiva série de elevações nas taxas de juros para conter a alta dos preços. Os números de janeiro sugerem que a inflação ainda não cedeu o suficiente para que o Fed possa afrouxar sua postura, reforçando a declaração do banco de que não tem pressa para cortar as taxas.

A categoria de energia registrou um aumento de 1,1% no mês. O preço da gasolina, em particular, subiu 1,8%, impactando diretamente o custo de vida dos americanos e contribuindo para o aumento das expectativas inflacionárias. A volatilidade no mercado de energia, amplificada por tensões geopolíticas e flutuações no preço global do petróleo, tem sido um componente-chave da inflação nos últimos meses.

O núcleo da inflação, que exclui itens mais voláteis, como alimentos e energia, aumentou 0,4%. Esse dado é particularmente importante para o Fed, que o considera um indicador mais confiável das tendências inflacionárias subjacentes. A persistência do núcleo da inflação acima das metas do banco central sugere que, mesmo sem os choques de oferta de energia, a economia americana ainda enfrenta pressões inflacionárias significativas.

O custo de habitação também continua pressionando a inflação, registrando alta de 0,4% em janeiro. Embora a inflação de alimentos tenha desacelerado um pouco em janeiro, o custo de alimentar uma família nos Estados Unidos permanece elevado. O aumento dos preços dos alimentos em casa foi de 0,5%, enquanto o custo das refeições fora de casa subiu 0,2%.

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A resposta do Federal Reserve aos dados mais recentes será observada de perto pelos mercados. Embora a inflação tenha recuado em relação aos picos registrados em meados de 2022, o avanço persistente dos preços em janeiro reitera a necessidade de cautela por parte do Fed. O banco central americano já sinalizou que manterá as taxas de juros em níveis elevados até que haja evidências claras de que a inflação está sob controle.

Outro fator que pode complicar a tarefa do Fed é a política fiscal do governo. As recentes medidas protecionistas, como as tarifas sobre produtos importados impostas pelo presidente Donald Trump podem contribuir para a pressão sobre os preços. Essas políticas, destinadas a proteger a indústria doméstica, podem, paradoxalmente, aumentar o custo dos bens para os consumidores americanos, gerando um efeito inflacionário.

À medida que os preços continuam a subir, os americanos, especialmente aqueles de baixa renda, enfrentam uma erosão do poder de compra. As pressões inflacionárias corroem os salários, mesmo com os aumentos salariais registrados em muitos setores, deixando muitos trabalhadores com menos dinheiro no bolso para gastar em itens essenciais.

Para o Fed, os próximos meses serão críticos. Se a inflação não desacelerar de forma significativa, poderá haver necessidade de novos aumentos de juros, elevando o risco de uma desaceleração mais agressiva, deixando cada vez mais distante um pouso suave.

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