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Ilhas, ricos emergentes e dependentes de petróleo: saiba quem é quem na COP30

Atuação em conjunto é estratégia para ganhar força e relevância na conferência do clima

Por Ricardo Ferraz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 nov 2025, 06h00 • Atualizado em 13 nov 2025, 06h13
  • Desde que a COP30 teve início, o Brasil tem feito apelos aos participantes para entrarem no “espírito do mutirão”, um esforço conjunto em que as divergências são colocadas de lado para mirar os pontos em comum e a construção de consensos.

    A palavra, em sua grafia e pronúncia em português, é muito disparada pelo chefe de negociação climática no Itamaraty, Túlio Andrade. “Observamos  que o espírito do mutirão não apenas foi mencionado várias vezes por todas as delegações, mas também foi colocado em prática por todas elas. Houve um entendimento comum de que estamos finalmente fazendo a transição da fase de negociação para a de implementação”, disse ele na quarta-feira, 12.

    Na prática, de fato as negociações têm sido mais colaborativas do que se costuma ver em COP’s, relataram alguns observadores a VEJA. Mas nem de longe, os países tem ido na mesma direção.

    Principalmente em relação aos quatro pontos destacados da agenda, por serem os mais complexos, controversos e que estão sendo discutidos em separado, com consultas à presidência da conferência.

    Para ganhar força, os países se reuniram em blocos, que são reconhecidos pela ONU. No site do órgão climático, o UNFCCC, 16 blocos são reconhecidos, mas há sobreposições. As negociações na cúpula de Belém tem acontecido em torno de alguns atores principais.

    Saiba quem são eles, o que defendem e como atuam:

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    União Europeia

    É o maior bloco dos países ricos. São resistentes a um dos principais pontos do Acordo de Paris: o repasse de dinheiro para os países em desenvolvimento. Na COP passada, em Baku, concordaram em repassar 300 bilhões de dólares anuais, mas não pretendem aumentar o valor. O total necessário para que os países pobres possam se adaptar às mudanças climáticas é de 1,3 trilhão de dólares.

    Outro ponto controverso são tarifas comerciais impostas a países que querem acessar o próspero mercado europeu, mas que são impedidos porque não conseguiriam cumprir condições ambientais. Há restrições comerciais relacionadas à emissão de carbono e à devastação florestal.

    Apesar disso, aceitam negociar outros pontos como metas de emissão (NDC’s) e relatórios de transparência.

    Países em desenvolvimento com pensamento semelhante

    São liderados pela Índia e pela China e congregam a maior parte dos países em desenvolvimento que são dependentes de petróleo. Isso significa que não estão dispostos a se ver livres dos combustíveis fósseis tão cedo, já que dependem deles para fazer a economia girar. Muitos, como Arábia Saudita, são grandes produtores de petróleo.

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    Como estratégia, acabam insistindo na agenda do 1,3 trilhão de dólares e agindo para esvaziar outras discussões, principalmente as NDC’s.

    Grupo Sul

    Representa os países do Mercosul e conta com a participação brasileira. Tentam aparecer para o mundo como potências verdes. Se alinham aos emergentes na questão dos repasses, mas pregam redução de emissões bem mais significativas.

    Pequenos Estados Insulares

    Formado pelos chamados “países ilha” esse grupo bate forte no apelo ético e moral, já que podem simplesmente desaparecer do mapa com o aumento dos níveis dos oceanos. Não são fortes do ponto de vista econômico, mas constrangem os países ricos ao apresentarem sua situação dramática. Articulam os discursos mais enfáticos da COP.

    Países menos desenvolvidos

    É a porção pobre do mundo, aquela que sofre as maiores consequências das mudanças climáticas e que mais dependem de financiamento externo. Também são enfáticos nos apelos éticos e morais.

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    Latinos americanos e caribenhos

    São liderados pela Colômbia e insistem em metas de emissão mais ambiciosas.

    Países africanos

    Tem situação semelhante a dos menos desenvolvidos, mas tem ganhado relevância nas negociações por se alinharem a Índia e China em discussões estratégicas. Observadores apostam que isso se dê por interesses geopolíticos que não estão ligados apenas por questões climáticas.

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