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Ibovespa inverte trajetória e encerra semana no vermelho

Índice recua pressionado por cenário fiscal em dia de alta das commodities

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 out 2024, 19h48 - Publicado em 25 out 2024, 19h42

O Ibovespa encerrou a semana em baixa, aos 130 mil pontos, após uma série de quedas diárias, com exceção de uma leve recuperação na quinta-feira. Apesar de operar no positivo durante parte da sessão desta sexta, o índice inverteu a trajetória e fechou em queda. O setor de commodities, contudo, trouxe certo fôlego ao índice, sustentado por resultados corporativos robustos e avanços nos preços internacionais de matérias-primas. Ao mesmo tempo, o dólar, fortalecido pela busca por segurança e pela incerteza fiscal no Brasil, encerrou o pregão vendido a R$ 5,71.

Dentre os destaques positivos da semana, empresas como Vale e Usiminas reportaram balanços trimestrais sólidos. A Vale, por exemplo, divulgou um lucro líquido de US$ 2,412 bilhões no terceiro trimestre e anunciou um acordo de reparação do desastre de Mariana. A resolução desse impasse de longa data foi recebida positivamente pelos investidores, contribuindo para um ganho de R$ 10 bilhões em valor de mercado da mineradora e elevando a capitalização da empresa a R$ 281,6 bilhões.

No exterior, o preço do minério de ferro subiu 2,81% na bolsa de Dalian, impulsionando as ações de mineradoras, enquanto o petróleo também registrou ganhos, beneficiando a Petrobras. A cautela, entretanto, permanece forte entre os investidores, refletindo a crescente valorização do dólar. Em um cenário de incertezas, o mercado aguarda detalhes das medidas de corte de gastos prometidas pelo governo brasileiro, mas a demora em ações concretas para o equilíbrio fiscal limita um otimismo mais amplo.

O dólar, em alta constante, reflete tanto as preocupações internas quanto as incertezas no cenário global. Internamente, a expectativa por cortes de gastos e ajustes fiscais por parte do governo ainda não se concretizou, gerando ceticismo no mercado. Segundo Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, “a alta do Ibovespa é impulsionada pelos bons resultados das empresas e pelo aumento nos preços das commodities, mas a cautela nos mercados impede um tom mais otimista”.

A elevação do dólar também pressiona a curva de juros, com o mercado precificando um possível aumento de 75 pontos-base na taxa Selic na próxima reunião do Copom, caso o cenário fiscal permaneça desafiador. Dados recentes como o IPCA-15, considerado a prévia da inflação, aumentam a percepção de que o Banco Central terá um trabalho árduo para manter os juros sob controle.

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No plano externo, a busca por segurança reforça a valorização do dólar, diante de um cenário de cautela em relação à economia global. A eleição nos Estados Unidos, que traz incertezas sobre a direção da política monetária, assim como os desafios da economia chinesa, reforçam a volatilidade. Este contexto cria uma postura mais defensiva, levando os investidores a se protegerem no dólar.

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