Ibovespa cai mais de 4% em julho e coloca freio na escalada da bolsa
Desempenho robusto nos primeiros seis meses do ano indicava que a bolsa poderia chegar aos 150 mil pontos
O Ibovespa, principal índice de referência da bolsa de valores brasileira, encerrou julho com queda de 4,17%. É o pior resultado do ano e quase semelhante a dezembro de 2025, quando a queda foi de 4,28%. O Ibovespa patinou sobretudo por conta da turbulência provocada na economia brasileira com o anúncio, e posterior ratificação, da aplicação de tarifas de 50% aos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. A medida da Casa Branca foi mais suave em relação à ameaça inicial de Donald Trump. Ainda assim, o estrago está visível no desempenho da bolsa em julho.
“Julho foi um mês azedo para a renda variável brasileira. Em um cenário de aversão ao risco acentuado pelas taxações do governo Trump e seus desdobramentos sobre a pauta de exportações brasileiras”, informa comunicado emitido pela consultoria Elos Ayata. O Bitcoin liderou a rentabilidade dos investimentos no mês. A criptomoeda valorizou 12,01% em julho.
O Ibovespa estava indo bem…
O Ibovespa experimentou acentuada valorização no primeiro trimestre, quando o índice chegou a marcar 141 mil pontos. As análises então indicavam que o índice poderia chegar no fim do ano aos 150 mil pontos. A projeção, no mínimo, fica em cheque neste momento em que o cenário externo parece tão instável. Essa instabilidade fora do país, aliás, foi mencionada no comunicado emitido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ao anunciar, na última quarta-feira, a manutenção da taxa de juros básica da economia em 15% ao ano.
Um retrato da volatilidade que atinge a bolsa de valores neste momento se exemplifica com o que ocorreu nos últimos dois pregões do mês. Na quarta-feira, quando o governo norte-americano confirmou a aplicação do tarifaço, mas com centenas de exceções, a bolsa subiu quase 1%. Um dia depois, a bolsa caiu em patamar semelhante. O sobe-e-desce não faz bem para o índice.







