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Ibovespa fecha em queda e dólar avança de olho em IPCA e dados de emprego nos EUA

Principal índice da B3 cai 0,44% e dólar avança 1,12% com estouro da meta de inflação no Brasil e "payroll" nos Estados Unidos

Por Juliana Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jan 2025, 18h32 - Publicado em 10 jan 2025, 11h32

O dia nos mercados brasileiros foi marcado por mais uma dose de receios. Após a divulgação do relatório de emprego e desemprego conhecido como “Payroll” nos Estados Unidos, os investidores intensificaram a busca por proteção, levando o Ibovespa a uma queda de 0,77% aos 118.856 pontos nesta tarde. Já o dólar comercial subiu 1%, a 6,10 reais, em linha com o índice DXY, que mede o retorno da moeda americana frente a uma cesta de moedas globais e sobe 0,42%, aos 109,64 pontos.

O movimento dos mercados é uma resposta à cena local e externa. Por aqui, os investidores receberam mal os dados de inflação de dezembro, que chancelaram o estouro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O risco, daqui para frente, é de uma inflação cada vez mais fortalecida e desancorada das expectativas dos economistas, o que deve levar a uma rodada de altas da taxa Selic até o nível de 15% ao ano.

O exterior, porém, foi a grande fonte de pressão no dia. A perspectiva de que os juros nos Estados Unidos deverão permanecer em níveis mais altos ajuda a amargar o humor do mercado. Isso porque dados do mercado de trabalho mais fortes indicam uma economia mais aquecida, o que representa riscos inflacionários para a atividade. Com isso, a expectativa é de que o Federal Reserve, o banco central americano, tenha cada vez menos espaço para cortar juros e precise estender as pausas no processo de afrouxamento monetário.

“Os juros dos Treasuries [títulos da dívida americana] apresentam alta na maioria dos vencimentos nesta manhã, e as apostas de que o Fed não faça mais cortes de juros este ano, ou até tenham que optar por um aumento, se tornam mais abundantes no mercado”, afirma Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad. “Os ativos de risco e a bolsa são negativamente afetados por essa movimentação, em um cenário mais desafiador para o crescimento econômico.”

Ainda segundo Zogbi, os dados de hoje reforçam “a necessidade de cautela em relação ao mercado de ações”, ainda que o crescimento econômico americano possa reforçar a expectativa de lucro das empresas melhor posicionadas. “A renda fixa americana tende a continuar apresentando retornos atraentes, mas a volatilidade tende a afetar também esses títulos no curto prazo pelas rápidas mudanças nas expectativas para as taxas de juros.”

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Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o “Payroll” de hoje não apenas tem reflexos para o ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos, como também colocam o tema da alta de juros de volta ao radar dos investidores nos próximos meses. “Nosso cenário já contemplava um ciclo de cortes do Fed bem mais tardio, no fim de 2025, mas não seria improvável o Fed não cortar os juros esse ano, a depender do tamanho do impulso fiscal e regulatório das políticas da administração Trump”, diz.

 

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