‘Prévia do PIB’ registra expansão em fevereiro e confirma tendência prevista pelo mercado
Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,4% no mês, puxado principalmente pelo agronegócio

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,4% em fevereiro na comparação com o mês anterior, segundo dados dessazonalizados divulgados nesta sexta-feira, 11.
O resultado superou com folga as expectativas do mercado, que projetavam uma alta de 0,15%, segundo pesquisa da Reuters, e de 0,3% na mediana das estimativas do Broadcast. Com isso, no acumulado de 12 meses, a expansão foi de 3,8%.
O grande destaque do mês veio do campo. A agropecuária expandiu 5,6% em fevereiro, refletindo a colheita de importantes culturas, como soja e milho, e o desempenho positivo das exportações do setor. O setor de serviços — que representa cerca de 70% da economia brasileira — também contribuiu para o resultado positivo, embora com avanço mais tímido, de 0,2%.
A leitura do IBC-Br funciona como termômetro para o comportamento do PIB, divulgado pelo IBGE. Embora o indicador não reproduza com exatidão a metodologia do PIB, sua consistência com os dados mensais ajuda a antecipar tendências.
O indicador confirma a tendência de um primeiro semesstre positivo para a economia puxado pelo agronegócio, mas que terá poucos elementos para sustentar o crescimento no segundo semestre, quando deve demonstrar sinais de desaceleração. Segundo especialistas, a alta de fevereiro foi impulsionada por fatores pontuais, como a safra agrícola, que tende a perder força nos próximos meses.
Além disso, o cenário global continua pressionado por incertezas com a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e como isso deve impactar a economia global e as decisões dos bancos centrais — fatores que afetam o câmbio, o comércio e a confiança dos agentes econômicos.