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Haddad defende acordo UE-Mercosul na França como chave contra protecionismo e para transição verde do Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cumpre agenda em Paris, na França, onde participa de uma conferência na Universidade Sciences Po

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 mar 2025, 16h14

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o multilateralismo como uma ferramenta crucial não apenas para enfrentar desafios globais, mas também para fortalecer as vozes diplomáticas de países emergentes, como o Brasil, que enfrentam obstáculos cada vez mais complexos no cenário internacional. Em discurso durante uma conferência na Universidade Sciences Po, em Paris, Haddad afirmou que a cooperação entre nações é essencial para superar o crescente protecionismo e as novas barreiras comerciais que surgem contra as economias em desenvolvimento.

O acordo UE-Mercosul, que ficou travado por mais de duas décadas, foi finalmente assinado em dezembro do ano passado, em um contexto global marcado pelo protecionismo com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Contudo, o pacto ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia, dois dos principais órgãos decisórios do bloco, sendo a França um dos países mais resistentes à sua ratificação.

Do ponto de vista econômico, Haddad reconhece que o acordo, que busca eliminar barreiras tarifárias entre as duas regiões, pode não ser o impulsionador da industrialização que muitos esperavam no Mercosul. “Se perguntarmos a um diplomata brasileiro se o acordo representa um salto econômico significativo, a resposta seria negativa”, admitiu o ministro, durante sua conferência em Paris, no dia 31 de março. “Não há uma cláusula que promova esse efeito”, completou.

No entanto, Haddad destaca que o verdadeiro valor do acordo vai além da balança comercial. Para ele, o significado político do pacto é central. O Brasil, como maior economia do Mercosul, se vê em uma posição delicada no cenário global, onde a polarização entre Estados Unidos e China pressiona os países emergentes a escolherem um dos lados. Esse é um cenário que Haddad e o governo Lula buscam evitar. “A luta por um mundo multipolar, onde todos tenham a oportunidade de produzir e oferecer possibilidades, é o caminho certo a seguir”, afirmou o ministro.

A questão climática também surge como uma das principais razões para o avanço do acordo. “Estamos diante de uma emergência climática, isso é uma realidade inegável”, reiterou Haddad. A União Europeia, como líder global em sustentabilidade, exige compromissos ambientais rigorosos nas suas negociações, o que, para o Brasil, implica não apenas em garantir a proteção da Amazônia, mas também em promover uma transição econômica mais verde. Para um país que ainda depende fortemente da exportação de commodities agrícolas e minerais, essa é uma transição desafiadora, mas essencial.

 

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