Governo não vai interromper acordo entre Boeing e Embraer, diz ministro
Após críticas de Bolsonaro ao acerto, general Augusto Heleno diz que o Planalto está 'estudando' os termos da negociação
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, afirmou nesta segunda-feira, 7, que o governo do presidente Jair Bolsonaro não está pensando em interromper a negociação do acordo de aliança da Embraer com a Boeing.
Porém, ele afirmou que o Planalto está “estudando” os termos do acordo acertado no final do ano passado entre as empresas. Segundo Heleno, o governo quer um acordo que seja “o melhor possível para o país”.
“Não, não está se pensando em interromper essa negociação, não”, disse Heleno após a solenidade de posse de novos presidentes do Banco do Brasil, Caixa e BNDES.
Na sexta-feira, Bolsonaro mostrou preocupação com o acordo entre as duas empresas. De acordo com os termos, a Boeing terá 80% de participação na nova companhia, enquanto a Embraer ficará com 20%. O receio do governo é em relação a possibilidade que a Embraer tem de desfazer-se da sua participação na nova companhia.
“Seria muito boa essa fusão, mas não podemos… Como está na última proposta, daqui a cinco anos, tudo pode ser repassado para o outro lado. A preocupação nossa é essa. É um patrimônio nosso, sabemos da necessidade dessa fusão, até para que ela (Embraer) consiga competitividade e não venha a se perder com o tempo”, afirmou o presidente.
O posicionamento do presidente surpreendeu analistas e o mercado, visto que em novembro Bolsonaro já tinha se colocado a favor das negociações. Após sua declaração, as ações da Embraer lideraram as quedas da B3, a bolsa paulista, com retração de 5,1% na sexta-feira.
(Com Reuters)