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Governo estima pico inflacionário de quase 7% no meio do ano

Para que inflação ceda e feche próxima da meta, Guedes conta com atuação do BC de Campos Neto; Copom decide sobre juros nessa quarta

Por Victor Irajá, Larissa Quintino 17 mar 2021, 12h38

As contas do ministro da Economia, Paulo Guedes, apontam que, em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, vai atingir o pico neste ano. A inflação oficial, segundo o ministro, atingirá 6,7% no período, podendo chegar a 7%.

O chefe da Economia aposta que o Banco Central, sob tutela de Roberto Campos Neto, terá ação olhando todo o panorama inflacinário para evitar um descontrole. A aposta do governo é que o índice se encerre o ano abaixo desse pico, de 4,4%, mas acima do centro da meta em 3,75%. Essa atuação do BC, aliás, deve começar nesta quarta-feira, 17, quando sai a decisão do Copom e é estimado o aumento da Selic.

A taxa básica de juros, atualmente em 2%, se mantém em patamares baixos devido a necessidade de estímulos a pandemia. Mas, a partir de uma inflação alta, a interpretação é que ajustes são necessários. O mercado financeiro aposta em alta de 0,5 ponto porcentual na taxa básica — a primeira alta desde 2016 – diante dos sinais dados pelo comportamento da inflação.

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Os temores de um índice inflacionário acima da banda pautaram diversas discussões do governo, inclusive a renovação do auxílio emergencial.  As justificativas envolvem a retomada do consumo a partir de um esperado controle da pandemia, e da expectativa por pouca adesão a medidas de isolamento por parte da população. A inflação negativa registrada entre os meses de abril e maio do ano passado também está na ponta do lápis do ministro. Ele afirma que os índices registrados no momento de maior restrição de circulação e consumo provocaram o repique inflacionário registrado ao final de 2020.  Atualmente,  o mercado financeiro já projeta IPCA em 4,60%, acima da inflação oficial de 2020, em 4,52%.

A aposta para o controle do aumento dos preços, porém, não cabe só ao Banco Central. Guedes repete a fórmula para o controle de despesas e a ancoragem das expectativas por parte de investidores, com o andamento de reformas e privatizações. Ele diz que o encerramento de programas emergenciais engendrados no ano passado passaram a mensagem da preocupação do governo federal com a situação fiscal do país.”Se nós déssemos o auxílio, pura e simplesmente, teríamos dois motivos para a alta da inflação”, repetiu ele a deputados e senadores, para justificar a necessidade da aprovação da PEC Emergencial. “Você dá o auxílio para ajudar a população mais pobre e acaba prejudicando exatamente aqueles que precisam comprar alimentos”.

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