Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Governo decide suspender votação da reforma da Previdência

A intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro inviabiliza a tramitação da reforma, pois a Constituição impede mudanças durante esses períodos

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 19 fev 2018, 20h42 - Publicado em 19 fev 2018, 19h40

Oficialmente paralisada, a discussão da reforma da Previdência vai agora “para os palanques”, disse nesta segunda-feira o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Ele foi o primeiro representante do governo a reconhecer publicamente que a intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro inviabiliza a tramitação da reforma da Previdência. Segundo o ministro, a ação em território fluminense demandará tempo, o que leva à suspensão das discussões para a aprovação da proposta.

A Constituição impede mudanças em seu texto durante períodos de intervenção federal  a reforma da Previdência foi enviada via proposta de emenda constitucional. Temer traçou uma estratégia inicial de continuar discutindo a proposta com lideranças para viabilizar a votação, e o decreto de intervenção na segurança pública do Rio seria suspenso apenas para votar o texto da reforma e promulgá-lo.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), porém, indicou que a suspensão do decreto seria inconstitucional. Consulta feita pelo governo a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também mostrou que falta segurança jurídica para uma estratégia como essa, admitiu Marun. “Após consulta a ministros do STF, a avaliação é que a tramitação [da PEC da Previdência] também estaria em função da intervenção,  então fica sobrestada”, afirmou o ministro.

Marun rechaçou a acusação de que o governo encontrou no decreto de intervenção no Rio de Janeiro uma desculpa para adiar mais uma vez a votação da reforma da Previdência. Ele admitiu que a situação de falta de votos necessários para aprovar a mudança é a mesma, mas argumentou que o governo “fez a sua parte”. Também disse que o debate do tema durante as eleições, porém, não necessariamente adia a apreciação da proposta para o próximo governo. Segundo ele, há a possibilidade de, a depender do resultado das urnas, haver um acordo com o próximo presidente para retomar a discussão já no fim deste ano, após o pleito eleitoral.

Segundo Marun, a situação da segurança no Rio assumiu um caráter “tão explosivo que requereu medidas excepcionais”, que tiveram como efeito colateral a suspensão da tramitação da reforma. “Não precisamos de desculpa para nada”, repetiu. Para o ministro, se a reforma não for aprovada no futuro, “será uma derrota para o Brasil”.

Continua após a publicidade

“A opção pelo combate ao banditismo é uma decisão tomada pelo governo. O governo tomou a decisão de fazer da guerra ao banditismo uma prioridade”, afirmou o ministro. “Penso que o assunto tem a gravidade e a urgência que fizeram com que fosse necessária essa intervenção. Eu lamento e reconheço que isso cria um óbice jurídico para a evolução da discussão da reforma da Previdência.”

O ministro disse, ainda, que o governo pode brigar para reverter esse entendimento, mas garantiu que a intenção é dar continuidade à tramitação da reforma da Previdência com segurança jurídica, sem o risco de a votação ser considerada inválida posteriormente. Ele repetiu diversas vezes que hoje o governo não tem essa segurança.

Marun, que foi presidente da comissão especial que analisou a reforma na Câmara dos Deputados, foi alçado a ministro com a missão de reaglutinar a base e conseguir os votos para a aprovação da proposta. Um dos defensores mais aguerridos das medidas do governo no Congresso Nacional como deputado, ele disse não ter ficado feliz com a opção de suspender a tramitação da reforma. Segundo ele, o presidente Michel Temer tampouco ficou contente com esse desfecho.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.