Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Governo de transição analisa proposta para evitar apagão do INSS

Plano é pagar um bônus de R$ 60 por processo analisado para servidores que ultrapassarem a marca de seis benefícios por dia

Por Fabiana Futema Atualizado em 21 dez 2018, 17h10 - Publicado em 21 dez 2018, 14h55

O governo de Jair Bolsonaro receberá uma herança incômoda do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). É o atraso na análise de quase 2 milhões de pedidos de benefícios previdenciários. Pela lei, os requerimentos devem ser analisados em até 45 dias. O órgão tem de pagar juros e correção monetária para as pessoas que esperaram mais do que este período para ter o benefício concedido.

Esse atraso gera custos para o INSS. Foram 346 milhões de reais em 2016 pelo pagamento de juros e correção monetária. Esse montante caiu para 220 milhões e reais em 2017 e 200 milhões de reais em 2018.

O presidente do INSS, Edison Garcia, apresentou uma proposta para o governo de transição para evitar um apagão na prestação de serviços à população. O plano prevê a adoção do teletrabalho (home office) e pagamento de bônus de produtividade por processo analisado. O teletrabalho foi regulamentado nesta semana, mas a criação do bônus depende da edição de uma medida provisória.

“A ideia é dar incentivos para retenção e elevação da produtividade, já que não há previsão de abertura de concurso para reduzir o déficit de pessoal”, disse Garcia a VEJA. “Para zerar o estoque de processos, vamos pagar um adicional para o servidor a partir da sétima análise concluída.”

Continua após a publicidade

Segundo ele, esse adicional deve ser fixado em 60 reais por processo extra analisado, mesmo valor que é pago hoje aos peritos do INSS para cada caso que ultrapassa o volume tradicional de atendimento. No caso da análise de pedidos previdenciários, o servidor terá que analisar mais de seis requerimentos por dia para ter direito à bonificação de produtividade.

Mas não é apenas o volume de análises de benefícios em atraso que traz risco de colapso ao INSS. Garcia diz que 35% dos 33.500 servidores do órgão poderão se aposentar a partir de janeiro, situação que agravará ainda mais o já precário atendimento prestado pelo órgão.

“Tenho agências nas regiões Norte e Nordeste com apenas um ou dois servidores trabalhando. Em Manaus, a única agência está fechada porque o servidor está em férias e não tem ninguém para repor”, afirma o presidente do INSS.

A partir de janeiro, quando 11.725 funcionários do INSS terão incentivo para a aposentadoria, o atendimento à população corre o risco de ficar ainda mais debilitado. Garcia apresentou esse quadro de caos, que envolve ainda agências com instalações precárias, equipamentos antigos e baixa conexão com a internet, e foi levado para a equipe de transição de Bolsonaro.

Continua após a publicidade

Segundo o presidente do INSS, esses 11.725 servidores ainda não se aposentaram porque estão esperando o prazo para deixar o serviço público com 100% da remuneração. “Hoje, 30% do que o servidor recebe é salário e 70% é uma gratificação de atividade. Se ele se aposentar hoje, perde 50% da gratificação, o que é desestímulo à aposentadoria.”

Um acordo fechado no governo de Dilma Rousseff prevê que os servidores que se aposentarem terão direito à incorporação da gratificação se esperarem até janeiro de 2019 para deixar o serviço público.

Outro problema do INSS é a baixa cobertura do atendimento: são apenas 1.700 agências para 5.570 municípios. Para aumentar a cobertura, o INSS está fechando convênios para permitir que os segurados deem entrada no pedido de benefícios nos Correios. Em outra frente, o órgão também permitiu que o segurado fizesse o requerimento pela internet. Essas medidas, entretanto, facilitam apenas uma das pontas do processo: o protocolo do pedido de benefício. Enquanto faltar funcionários para analisar esses requerimentos, o cidadão continuará esperando muito para ter sua aposentadoria concedida.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.