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Fundador do Neon busca outro banco para retomar transações

Neon Pagamentos é uma empresa diferente do banco e não é alvo da decisão do Banco Central

Por Gilmara Santos
4 Maio 2018, 17h15

A liquidação extrajudicial do Banco Neon pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira, 4, pegou todo mundo de surpresa e criou uma dúvida em saber quem são os clientes atingidos pela decisão. Isso ocorre porque existem duas instituições financeiras diferentes atuando com o mesmo nome: o Banco Neon, que foi liquidado, e o Neon Pagamentos. Resumidamente, pessoas que abriram conta ou emitiram cartões pré-pagos por meio da plataforma digital não são afetadas. A plataforma é controlada pelo Neon Pagamentos, que tinha um contrato operacional com o Banco Neon. Portanto, duas empresas distintas sem ligação financeira entre elas.

“As irregularidades encontradas no Banco Neon não estão relacionadas com a abertura e movimentação de conta digital ou com a emissão de cartões pré-pagos, objeto de acordo operacional com a empresa Neon Pagamentos para estruturação de plataforma de banco digital integrada com a gestão de contas de pagamento”, diz nota oficial divulgada pelo BC.

A parceria foi fechada em 2016 e o antigo Pottencial passou a se chamar Banco Neon para tentar evitar confusão por parte dos clientes. “Emprestamos nosso nome para eles por um período e isso levou a essa dúvida agora com a liquidação, que também nos pegou totalmente de surpresa”, o fundador da fintech, Pedro Conrade.

Segundo ele, sua empresa tinha um acordo operacional com o banco para fazer a custódia dos recursos. “Todos os valores em conta dos nossos 600 mil clientes estão preservados. Eles podem fazer saques ou pagamentos com cartões a qualquer momento”, garante. No entanto, transferências e pagamentos de contas estão suspensas até que a fintech feche outra parceria com instituição autorizada a fazer essas transações. “Estamos em negociação com vários bancos e nos próximos dias essa situação estará resolvida”, diz.

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O executivo reconhece, porém, que a liquidação trará impacto para os negócios da empresa. “Em um primeiro momento é natural que os clientes fiquem preocupados, mas já estamos explicando que não há motivos para isso e que seus recursos estão seguros”, afirma.

No entanto, nesta sexta-feira, o aplicativo da fintech mostrou instabilidade e os clientes não conseguiam fazer contato pelos canais digitais. Além disso, depósitos e pagamentos estavam suspensos. “Essas medidas foram tomadas para organizar a casa, mas já estamos negociando parceria com outro banco e nos próximos dias voltaremos com nossas operações normais”, declara Conrade.

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A economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, diz que a entidade ainda apura os fatos para definir quais medidas serão tomadas. “Seria importante criar um canal de comunicação para esclarecer as dúvidas dos clientes”, considera.

Sem tarifas e burocracia, os bancos digitais tem ganhado a preferência dos cliente mais jovens. Considerando apenas os três dos principais operadores (Neon, Next e Inter) deste mercado, são cerca de 1 milhão de clientes, que têm em média 30 anos. 

 

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