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Funcionários dos Correios podem entrar em greve a partir de quarta à noite

Categoria e empresa negociam acordo amanhã à tarde no Tribunal Superior do Trabalho e, depois, trabalhadores deliberam sobre a paralisação

Por Larissa Quintino Atualizado em 30 jul 2019, 17h59 - Publicado em 30 jul 2019, 16h59

Os trabalhadores dos Correios devem decidir nesta quarta-feira, 31, se entram em greve. A reivindicação é contra a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa pública — de 0,8% — e a revogação de alguns termos do acordo coletivo firmado no ano passado. Antes das assembleias, no entanto, sindicatos e representantes dos Correios participam de audiência no TST (Tribunal Superior do Trabalho) para tentar um novo acordo e barrar a paralisação.

Segundo Fischer Moreira, secretário de imprensa da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a categoria protesta contra o baixo “reajuste salarial e contra a retirada de direitos históricos da categoria”. Entre as alterações propostas, está a exclusão de pais como dependentes no plano de saúde dos funcionários e aumento na coparticipação do plano, que hoje é de cerca de 30%. A federação congrega sindicatos de 23 estados.

Já de acordo com Douglas Mello, diretor de comunicação da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), que representa sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Maranhão, a tentativa é manter o acordo coletivo que está vigente. Esse acordo foi negociado no fim de uma greve de 2017 e mantido no ano passado. Segundo ele, os Correios propõem alterar ou excluir 45 cláusulas. Além do plano de saúde, estão entre as cláusulas a redução do adicional de férias de 70% para 33%, a redução do adicional noturno de 60% para 20%, a exclusão do Vale Extra (Ticket Peru), a exclusão do vale-refeição nas férias (pagando apenas o Vale Cesta), entre outros pontos.

Sobre o reajuste salarial, os trabalhadores protestam contra a reposição abaixo da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado em campanha salarial, foi de 3,1% até julho e a empresa ofereceu reajuste de apenas 0,8%.

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Perguntado sobre as negociações, proposta de revogação de cláusulas do acordo e a possibilidade de greve, os Correios afirmaram que “não é oportuno tratar de greve neste momento” já que a empresa e os sindicatos estão em negociação.

De braços cruzados

Em 2017, trabalhadores dos Correios fizeram paralisação de cerca de quinze dias contra mudanças no plano de saúde e proposta de reajuste salarial. A paralisação terminou após a formalização de um acordo.

Em março do ano passado, o TST decidiu que a cobrança de mensalidade poderia ser feita pela empresa ao titular e seus dependentes. Anteriormente, os empregados e seus familiares que usavam o plano pagavam apenas um porcentual por consulta ou exame, de acordo com uma tabela remuneratória do plano.

Em agosto do ano passado, os sindicatos ameaçaram entrar em greve, mas decidiram continuar trabalhando após o TST propor reajuste pelo INPC e a manutenção do acordo coletivo costurado em 2017.

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