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Fed acelera redução de estímulos e sinaliza três altas de juros em 2022

Com alta persistente da inflação e recuperação dos empregos, programa de compra de títulos diminuirá em 30 bilhões de dólares em janeiro

Por Luisa Purchio Atualizado em 17 dez 2021, 00h52 - Publicado em 15 dez 2021, 16h48

Nesta quinta-feira, 15, o Federal Reserve Bank divulgou a decisão do FOMC, o comitê de política monetária do Banco Central americano. Com a inflação atingindo níveis historicamente altos e o emprego se recuperando bem após a pandemia da Covid-19, o Fed anunciou uma forte redução dos estímulos monetários, em uma aceleração do tapering. A taxa de juros se manteve entre 0 e 0,25%, como era esperado pelo mercado, mas em uma sinalização mais agressiva, a mediana das projeções do comitê apontou para três altas de juros em 2022 e mais três altas de juros em 2023.

O Fed anunciou que reduzirá o ritmo mensal de compras de títulos em 30 bilhões de dólares em janeiro — 20 bilhões de dólares para títulos do Tesouro e 10 bilhões de dólares para títulos lastreados em hipotecas. A primeira redução foi realizada em novembro, em 15 bilhões de dólares –- 10 bilhões em compras de títulos do Tesouro americano e 5 bilhões em títulos indexados a hipotecas.

O Comitê informou ainda que “a partir de janeiro, aumentará suas posses de títulos do Tesouro em pelo menos 40 bilhões de dólares por mês e de títulos garantidos por hipotecas de agências em pelo menos 20 bilhões de dólares por mês”. Apesar de afirmar que a evolução da economia continuará dependendo da Covid-19 e suas variantes, o Fed enfatizou a contribuição da vacinação e que aos poucos a oferta deve se normalizar, apoiando a criação de empregos e reduzindo a inflação.

“Os ganhos de empregos foram sólidos nos últimos meses e a taxa de desemprego diminuiu substancialmente. Os desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia e à reabertura da economia continuaram a contribuir para níveis elevados de inflação. As condições financeiras gerais permanecem acomodatícias, em parte refletindo medidas de política para apoiar a economia e o fluxo de crédito para famílias e empresas dos EUA”, disse o banco central americano em nota.

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A decisão era esperada pelo mercado, principalmente após a sinalização de Powell, no final de novembro, sobre preocupações com a inflação e a exclusão da palavra “temporária” do seu discurso. Desde então, o mercado já vinha precificando três altas de juros no ano que vem, fazendo com que a distância entre a curva de juros curta e a curva de juros longa diminuísse. “Isso significa que a subida de juros mais rápida pelo Fed vai fazer com que a atividade econômica a médio e longo prazo seja mais fraca”, diz Victor Beiruty, analista da Guide Investimentos.

Para os países emergentes, o anúncio significa um ano de 2022 menos favorável, como mostra reportagem de VEJA desta semana. Afinal, a alta de juros impacta em maiores rendimentos dos títulos do Tesouro americano, considerados o investimento mais seguro do mundo, e favorece uma migração do capital dos países emergentes para os Estados Unidos. Além disso, a tendência é de um dólar mais fortalecido em 2022.

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