Falência de gigante britânica do turismo afeta mais de 600 mil viajantes
Fundada há 178 anos, operadora Thomas Cook encerra atividades nesta segunda. Governo do Reino Unido anuncia operação para repatriar 150 mil cidadãos
A operadora britânica de turismo Thomas Cook abriu falência nas primeiras horas desta segunda-feira 23, após fracassar na tentativa de obter recursos para superar uma grave crise financeira. O anúncio causa transtornos a mais de 600 mil clientes atualmente em viagem pela companhia, que podem ter reservas canceladas em hotéis de todo o mundo e voos suspensos para o retorno a suas casas. Dentre eles, há ao menos 150 mil turistas britânicos fora do país de origem, que serão resgatados em uma ação governamental – já considerada o maior esforço de repatriação em todos os tempos fora de períodos de guerra.
A Autoridade de Aviação Civil (CAA, na sigla em inglês) do Reino Unido confirmou que a Thomas Cook encerrou as operações, o que implica na paralisação das atividades de quatro companhias áreas e na dispensa de 21 mil funcionários em 16 países. A empresa, que foi fundada há 178 anos, tinha cerca de 600 agências de viagens no Reino Unido.
Na sexta-feira, 20, a companhia informou que buscava obter 200 milhões de libras esterlinas (equivalente a cerca de 1 bilhão de reais) para seguir operando. As negociações com acionistas e credores, no entanto, fracassaram.
A CAA informou que vai utilizar uma frota de aeronaves para fazer a repatriação dos 150 mil turistas britânicos que a Thomas Cook enviou para fora do país, e que agora não têm como retornar. Em comunicado, o governo do Reino Unido declarou que a operação será a maior do tipo em tempos de paz, e que o esforço deverá levar até duas semanas.
A maioria dos consumidores britânicos da Thomas Cook é protegida por um seguro de viagem estatal, o que garante que retornem para casa sem custos adicionais. Cidadãos de outros países são contemplados por leis específicas e não há informações sobre outros planos de resgate para turistas à deriva.
A companhia enfrentava problemas com dívidas há alguns anos, que se agravaram com a demanda menor por viagens ao exterior. Em maio, os débitos da corporação somavam 1,25 bilhão de libras esterlinas (mais de 6 bilhões de reais).
(Com Estadão Conteúdo)