Facebook bane anúncios de bitcoin e outras criptomoedas
Rede social considera que ofertas com esse tipo de ativo virtual não são seguras e empresas não têm agido de boa-fé
O Facebook anunciou na terça-feira que baniu anúncios de criptomoedas, como bitcoin e ethereum, de sua plataforma. A rede social considera que ofertas associadas com esse tipo de ativo são frequentemente enganosas ou irreais. A restrição se aplica a todos os países em que a empresa atua e vale também para o Instagram, que é de sua propriedade.
O Facebook vai excluir também os anúncios relacionados a ofertas de ICO – initial coin offering (oferta inicial de moedas, em tradução livre), uma espécie de “ação” virtual destinada à captação de recursos. Outra restrição é em relação às chamadas opções binárias (binary options), que são um tipo de ativo com duas possibilidades de retorno: um pagamento segundo regra preestabelecida ou nada, caso o cenário previsto não se concretize.
Segundo o Facebook, os anúncios com esses produtos financeiros são inseguros, e publicações classificadas dessa forma não têm espaço na rede social. “Queremos que as pessoas continuem a descobrir e aprender sobre novos produtos e serviços através de anúncios no Facebook sem medo de golpes ou enganos. Tendo dito isso, há muitas empresas que estão fazendo publicidade de opções binárias, ICO’s e criptomoedas que não estão operando com boa-fé atualmente”, diz trecho do comunicado divulgado pela rede social.
As criptomoedas são negociadas pela internet sem controle ou regulação por empresas ou governos. As valorizações astronômicas vistas recentemente têm atraído o interesse de investidores novatos, o que especialistas apontam como um movimento irracional. Outro ponto é que a especulação torna esse tipo de produto altamente instável, gerando temor de uma bolha. No último ano, o bitcoin subiu 967% e o ethereum teve alta de 10.310%, segundo dados da corretora Coinbase – essas são duas das criptomoedas mais populares na atualidade.
No Brasil, o Banco Central e a Comissão de Valores (CVM) mobiliários consideram as criptomoedas como uma aposta arriscada, mas ainda não há regulação específica. As instituições de fiscalização dizem estudar o assunto, mas ainda não chegaram a definir como elas são classificadas. Em janeiro, a CVM disse que, pelas regras atuais, fundos de investimentos brasileiros não podem investir em criptomoedas.