Exportações chinesas disparam em março com rearranjo de forças com guerra comercial

Abertura de mercado: Alta foi de 12%, muito acima dos 4% projetados por analistas

Por Tássia Kastner
14 abr 2025, 08h32 •

Embora as vendas brasileiras tenham recuado neste ano, a economia chinesa ainda responde por 19,6% da pauta de exportação do país — Disparada nas vendas mostra recuperação da economia chinesa e a busca por novos mercados após sanções americanas (Daniel Berehulak/Getty Images/VEJA)

O novo recuo de Donald Trump em sua insana guerra tarifária contra o planeta já rende frutos para o mercado financeiro. A segunda-feira começa com os futuros americanos em alta, as bolsas europeias também avançam de forma sólida, continuando a tendência registrada na Ásia. O EWZ, fundo que representa a bolsa brasileira em Nova York, também sobe no pré-mercado.

Otimismo é a palavra do dia, isso apesar de todas as evidências recentes mostrarem que investidores não têm motivos para comemorar. Durante o fim de semana, o governo americano retirou eletrônicos das tarifas extras impostas à China, para, em seguida, Trump dizer que pode recuar do recuo e voltar a taxar o segmento. A incerteza continua sendo a regra.

Na madrugada, a China divulgou sua balança comercial, apontando um salto de 12,4% no mês de março, muito acima dos 4% previstos por analistas. A disparada pode mostrar apenas a recuperação da economia chinesa, mas também evidencia que o país pode estar buscando novos mercados para seus produtos em reação às pesadas tarifas americanas sobre os produtos chineses. Mesmo antes das alíquotas do “Dia da Libertação”, os EUA já haviam sobretaxado a China.

A agenda econômica é fraca nesta segunda-feira, com destaque para falas públicas de dirigentes do Fed. No Brasil, há apenas o Boletim Focus. A semana será atípica, com a antecipação do feriado de Páscoa, que fecha os mercados na sexta. A Europa e o Brasil estendem, por motivos diferentes, a folga na próxima segunda. Não que um feriado prolongado seja mais atípico do que o caos visto nos mercados desde a posse de Donald Trump.

Agenda do dia

8h25: BC publica Boletim Focus
9h30: Diogo Guillen e Nilton David têm reunião trimestral com economistas
13h: Thomas Barkin (Fed/Richmond) discursa em evento
14h: Christopher Waller, diretor do Fed, discursa
19h: Patrick Harker (Fed/Filadélfia) discursa
20h40: Raphael Bostic (Fed/Atlanta) discursa

Continua após a publicidade

Balanços

Antes da abertura: Goldman Sachs
Opep divulga relatório mensal sobre mercado de petróleo

Esta é a versão online da newsletter de ‘VEJA Negócios – Abertura de mercado’ enviada hoje. Quer receber a newsletter completa, apenas para assinantes, amanhã? Cadastre-se aqui