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Estratégia da oposição cria bomba fiscal para esvaziar aposta de Lula na isenção do IR

Centrão tenta aprovar isenção sem medidas compensatórias, gerando rombo de R$ 100 bilhões na conta do governo

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 ago 2025, 12h00 - Publicado em 25 ago 2025, 10h22

O projeto que isenta do imposto de renda todos os brasileiros com renda de até 5 mil reais mensais, promessa de campanha central do presidente Lula, avança rapidamente no Congresso. A proposta também prevê redução parcial da alíquota para quem ganha até 7,3 mil reais por mês. No papel, trata-se de um alívio para 26 milhões de contribuintes, com forte apelo popular em ano pré-eleitoral. Mas, nos bastidores, a oposição e o Centrão costuram uma estratégia para transformar o presente em veneno.

+ Radar: Potencial eleitoral de reforma do IR pode viabilizar avanço nesta semana

O plano é simples: aprovar a isenção, mas bloquear a votação das medidas compensatórias que garantiriam o equilíbrio fiscal. Ou seja, separar o bônus da conta. Sem as contrapartidas, a renúncia tributária de 100 bilhões de reais até 2028 se transformaria numa bomba-relógio contra as próprias finanças do governo.

As medidas de compensação elaboradas pela equipe econômicas incluem a criação de uma alíquota progressiva sobre grandes fortunas (para quem recebe acima de 600 mil reais anuais), a taxação de lucros e dividendos superiores a 50 mil reais por mês e uma tributação de 10% sobre remessas de dividendos ao exterior. Todas são imprescindíveis para sustentar a isenção sem fragilizar ainda mais o orçamento.

A resistência, no entanto, é massiva. Tributar os mais ricos segue sendo tabu no Congresso, onde empresários e grupos de pressão têm influência direta. A estratégia do Centrão, relatada na coluna da Malu Gaspar, do Jornal O Globo, é deixar essas votações em banho-maria, para que a popular medida da isenção passe sozinha, enquanto o rombo fiscal recai integralmente sobre o Palácio do Planalto.

Sem novas fontes de arrecadação, o governo terá de escolher entre ampliar a dívida pública – já em trajetória ascendente, acima de 75% do PIB – ou cortar gastos em áreas prioritárias, de programas sociais a investimentos verdes.

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Para Lula, a promessa de alívio tributário à classe média pode se converter em fardo, corroendo a confiança dos mercados e impondo juros mais altos, crédito mais caro e crescimento mais frágil.

Do ponto de vista político, contudo, a lógica é cruelmente eficiente. Ninguém quer ser visto como inimigo da classe média ao votar contra um corte de impostos. Mas ao impedir as compensações, a maioria parlamentar empurra o governo a um beco fiscal. Trata-se de uma manobra que reduz o dividendo eleitoral de Lula e, ao mesmo tempo, mina sua capacidade de governar com estabilidade.

Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado:

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