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Entre o controle e o caos: economista aponta escolha decisiva de Lula para evitar recessão

Na visão do economista Gesner Oliveira, corte de gastos é o fator fundamental o país no momento

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jan 2025, 20h02 - Publicado em 15 jan 2025, 14h10

Desaceleração planejada ou recessão aberta e selvagem. Na visão do economista Gesner Oliveira, professor da FGV e sócio da consultoria Go Associados, o presidente Lula tem à frente esses dois caminhos para o futuro da economia.  O que separa uma rota da outra é a determinação do governo em cortar  gastos. “Essa vontade política é que não está sendo percebida pelo mercado financeiro”, diz o economista. 

Assim como o aquecimento da economia, a desancoragem das expectativas de inflação, a questão fiscal e o endividamento bruto do governo que chega a 77% do Produto Interno Bruto (PIB)  também têm contribuído  para a alta dos juros. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic para 12,25%, o comitê informou que tem acompanhado “com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”. 

Uma sinalização clara do presidente em direção ao ajuste nas contas públicas permitiria que o ciclo de alta de juros estipulado pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central fosse mais curto e abreviaria a desaceleração da economia causada pela alta da Selic. Essa desaceleração deve começar a se refletir em números no segundo semestre deste ano, projeta o economista.

O pacote de corte de gastos apresentado pelo governo tem três problemas, diz Oliveira. “Primeiro, ele demorou para sair.Depois, quando saiu, saiu misturado com uma medida que é expansionista, que é a isenção do IR, que, digamos, não cabia naquele tipo de dado objetivo do pacote. E terceiro, as medidas e a probabilidade de eficácia delas insuficientes para eliminar o déficit primário, essencialmente do setor público”, diz.   O impacto das mudanças nas medidas feitas pelo Congresso Nacional, a chamada desidratação, do pacote, na avaliação do economista, é de 10 bilhões de reais.

Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já tenha dito que o governo vai apresentar novas medidas de corte de gastos, nesta terça-feira,  14, ele afirmou que a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha dois salários mínimos deve ser mantida e ajustada no Orçamento de 2025. Com a elevação para dois salários mínimos, o valor subiria para 3.036 reais, o dobro do mínimo atual de 1.518 reais, resultando em perda de arrecadação.  “É uma orientação, que nós recebemos do presidente (Luiz Inácio Lula da Silva)”, disse Haddad.

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Evitar cortes de gastos ou redução prematura na taxa de juros seria como interromper um tratamento com antibióticos antes do tempo, o que pode agravar o problema. “ É a pior coisa que tem, porque daí o vírus volta com tudo”, diz, se referindo, neste caso, à inflação. as projeções de inflação poderiam disparar, ultrapassando os 5% atuais e atingindo níveis como 7%, 8% ou até 9%. 

Essa situação, segundo ele, levaria a uma “deriva” econômica, criando um ambiente caótico. “Quer dizer, em vez de ter uma desaceleração planejada e um recuo tático, você jogaria a economia numa recessão. Eu acho que o governo Lula tem que escolher se ele quer uma desaceleração planejada ou se ele quer uma recessão aberta e selvagem”, diz.

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