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Entenda como o Brasil e outros países do Brics querem evitar o dólar nas transações

A ideia de criação de uma alternativa à moeda norte-americana enfureceu o presidente dos estados Unidos que, mais uma vez, ameaça impor barreiras tarifárias

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 fev 2025, 22h00 - Publicado em 31 jan 2025, 12h06

A ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar 100% dos produtos dos Brics caso os países membros do bloco passem a utilizar uma moeda comum alternativa ao dólar para as transações reacendeu um debate que teve início em 2023.

Tradicionalmente o dólar é a moeda utilizada nas transações comerciais entre os países membros do Brics, o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que recebeu outros países nos últimos anos: Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e a Indonésia. 

No mundo, 58% dos pagamentos internacionais, excluindo aqueles dentro da área do euro, utilizam o dólar, e 54% das faturas de comércio exterior são denominadas na moeda americana, segundo os dados do Brookings Institution de 2022.

No entanto, a ideia de criação de uma alternativa à moeda que tem dominado o comércio internacional desde o século passado, ganhou força em agosto de 2023 depois que a Rússia começou a propor mudanças nos pagamentos feitos a partir de transações comerciais entre os membros do bloco. 

Isso porque os bancos russos foram excluídos do sistema SWIFT, que promove a  comunicação entre bancos e outras instituições financeiras, como parte das sanções internacionais após a invasão da Ucrânia. O SWIFT permite que as transações internacionais sejam realizadas de forma segura, rápida e padronizada. 

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Uma das propostas dos russos é utilizar tokens . A Rússia propõe o uso de tecnologia de registro distribuído (DLT) ou uma plataforma multinacional para transações com tokens, destacando a eliminação do risco de crédito associado ao sistema bancário tradicional. Os argumentos são de que o uso dessa tecnologia agiliza e reduz custos, eliminando intermediários e verificações de conformidade.  o que poderia gerar uma economia de até US$ 15 bilhões anuais para os países do Brics, caso metade das transações entre os membros do bloco fosse feita via DLT.

A ideia de substituir o dólar é apoiada pela China. Mas o país busca fortalecer a própria moeda e tem promovido o uso do yuan nas transações comerciais. Já o presidente Lula tem se posicionado em defesa de um sistema financeiro menos atrelado ao dólar. Em discurso por videoconferência durante reunião na cúpula dos Brics em Kazan, na Rússia, em outubro do ano passado, Lula defendeu novamente que o bloco avance nas discussões sobre o uso de uma moeda comum nas transações entre os países do bloco.

“Agora é chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países. Não se trata de substituir nossas moedas, mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional.  Donald Trump reagiu logo após vencer as eleições ameaçando tarifas de 100% contra países que apoiarem uma nova moeda do Brics e reiterou a ameaça nesta semana. Na prática, até agora o dólar se mantém forte, apesar dos esforços do Brics  para reduzir a dependência da moeda.

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