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Em semana decisiva para os juros, mercado eleva projeção de inflação para 5,5% em 2025

Os economistas projetam que o IPCA, índice oficial de inflação do país, feche este ano em 5,50%. Nesta semana, o Copom define a taxa básica de juros, Selic

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 jan 2025, 08h56

Na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) faz sua primeira reunião de 2025 para definir a taxa básica de juros, Selic, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central voltaram a subir a perspectiva da inflação. Segundo dados compilados pelo Boletim Focus e publicados nesta segunda-feira, 27, os economistas projetam que o IPCA, índice oficial de inflação do país, feche este ano em 5,50%, 2,50 pontos percentuais acima do centro da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional,  e 1 ponto acima do teto da meta, na 15ª semana consecutiva de revisão.

A elevação aumenta a expectativa por um novo aumento da taxa básica de juros na próxima quarta-feira, 29. A Selic está atualmente em 12,25% ao ano e na última reunião, o Copom, indicou que caso o cenário adverso de pressão inflacionária e a desancoragem das expectativas se confirmasse, o comitê previa mais dois ajustes de 1 ponto percentual na taxa.

No comunicado de dezembro, o Copom informou que  “a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.” 

A pressão inflacionária esperada para o próximo ano também se intensificou. Os analistas projetam o IPCA em 4,22% em 2026. Para 2027, a estimativa de 3,90% foi mantida para o IPCA.

A previsão para o PIB em 2025 também foi revisada para cima. Analistas projetam que a economia vá avançar 2,6%, mas ainda assim o resultado representa uma  desaceleração em relação a 2024, quando o país cresceu acima de 3%. A desaceleração deve continuar pelo menos até 2026, segundo os analistas consultados. A previsão para o crescimento do PIB no ano que vem foi revisada para baixo, de 1,77%, na semana passada, para 1,72%, assim como a projeção para 2027, de foi para 5,92 reais para 5,93 reais. O resultado oficial do PIB será divulgado no dia 7 de março pelo IBGE.

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As projeções para o câmbio em 2025 e 2026 permaneceram em 6 reais. Para 2027, analistas preveem o dólar em 5,93 reais. Os economistas esperam que taxa de juros suba para 15% neste ano.

O Brasil enfrenta mais um período de descumprimento da meta de inflação, repetindo o cenário de 2024. Em carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, explicou que a inflação acima do limite de tolerância no ano passado foi resultado de vários fatores: crescimento econômico acelerado, desvalorização do real, problemas climáticos e uma persistência da inflação acumulada de anos anteriores. Ele também apontou que questões internas, como problemas fiscais, agravaram a situação.

Neste ano, o país adota uma nova forma de monitorar a meta de inflação, chamada meta contínua. A inflação será considerada fora da meta se ultrapassar os limites por mais de seis meses seguidos, alinhando-se a práticas internacionais. Até então, o Brasil verificava o cumprimento da meta apenas no fim do ano, em dezembro.

Ainda não se sabe muito bem como isso irá afetar a rigidez e a as expectativas sobre o controle da inflação no país, mas o fato é que, mesmo que as metas contínuas estivessem válidas desde sempre, o Brasil também teria ido mal na prova. Um levantamento feito por VEJA contou que, dos 307 meses de vida do regime de metas até aqui, em 133 o IPCA ficou rodando acima do teto vigente. É o equivalente a um terço de todo o período (37%) com a inflação mais alta do que o limite definido como tolerável.

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