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Em ata, BC dos EUA cita preocupação com tarifas de Trump e vê política monetária restritiva

O Federal Reserve divulgou hoje a ata da última reunião da autoridade monetária, que reforça preocupações com a inflação após as tarifas de Trump

Por Juliana Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 fev 2025, 17h53 - Publicado em 19 fev 2025, 16h49

A imposição de tarifas comerciais anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, antes mesmo dele assumir a cadeira na Casa Branca levou o Federal Reserve, o banco central americano, a enxergar com mais cautela os potenciais efeitos da decisão para a inflação no país. É o que mostra a ata da última reunião da autoridade monetária, divulgada na tarde desta quarta-feira, 19.

Segundo o documento, alguns dos participantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) comentaram que, com a oferta e a demanda no mercado de trabalho praticamente equilibradas à luz dos ganhos de produtividade recentes, as condições do mercado de trabalho dificilmente seriam a fonte de pressões inflacionárias no futuro próximo.

No entanto, outros fatores foram citados pelos membros do comitê como elementos que têm potencial para impedir o processo desinflacionário da economia, “incluindo efeitos de potenciais mudanças nas políticas comerciais e de imigração, assim como a demanda forte demanda dos consumidores”.

“Contatos comerciais em diversos distritos indicaram que as empresas podem tentar repassar para os consumidores o aumento de custos dos insumos a partir de potenciais tarifas”, diz a ata. “Além disso, alguns participantes notaram que algumas medidas para a inflação esperada aumentaram recentemente, embora muitos participantes tenham enfatizado que as medidas de longo prazo para a inflação esperada tenham permanecido bem ancoradas.”

Ainda de acordo com a ata, em relação às perspectivas para a inflação, os participantes do Comitê esperam que, sob uma política monetária apropriada, os preços da economia continuem se movendo em direção à meta de 2% ao ano, embora o progresso desse movimento permaneça assimétrico.

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“Na discussão para a perspectiva para a política monetária, os participantes observaram que o Comitê estava bem posicionado para avaliar as perspectivas para a evolução da atividade econômica, o mercado de trabalho e a inflação, com a vasta maioria apontando para uma postura ainda restritiva”, afirma o documento.

A ata revela também que os participantes do Comitê indicaram que, desde que a economia permaneça próxima do máximo emprego, gostariam de ver “mais progresso na inflação antes de fazer ajustes adicionais para a meta dos juros”.

Na avaliação de riscos e incertezas associadas às perspectivas para a economia, a vasta maioria dos participantes julgou que os riscos para o duplo mantado do Fed — máximo emprego e estabilidade de preços — estão razoavelmente em equilíbrio, embora alguns participantes tenham chamado a atenção para o fato de que os riscos para o objetivo de atingir a estabilidade dos preços aparentam ser maiores atualmente do que os riscos de atingir o máximo emprego.

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“Participantes apontaram de forma geral para um aumento de riscos para a perspectiva de inflação. Os participantes citaram potenciais efeitos das políticas de imigração e de comércio, dos desenvolvimentos geopolíticos na disrupção das cadeias de produção, ou dos gastos com habitação mais fortes do que o esperado”, diz a ata. “Alguns participantes observaram que, nos períodos à frente, pode ser especialmente difícil distinguir as mudanças persistentes na inflação e as mudanças mais temporárias, que podem estar associadas à introdução de novas políticas governamentais.”

Na última reunião para decisão da política monetária, realizada em 29 de janeiro, o Fed manteve inalterada a taxa de juros da economia americana, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

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