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Em 20 anos, Selic só tinha tido aumento de 1 ponto percentual na pandemia

Com elevação forte e rara, Banco Central subiu a taxa Selic de 11,25% para 12,25% nesta quarta-feira, 12

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 dez 2024, 18h10 - Publicado em 12 dez 2024, 16h37

A decisão do Banco Central de aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual na quarta-feira, 12,  representou não apenas uma aceleração significativa no ritmo de elevações dos juros de referência do país, mas também uma medida rara. Desde a implementação do regime de câmbio flutuante e metas para a inflação, em 1999, aumentos de 1 ponto percentual ou mais foram utilizados poucas vezes, geralmente em momentos de crise inflacionária aguda. Com a alta desta semana, a Selic passou para 12,25% ao ano.

Desde 2003, o Comitê de Política Monetária (Copom) — o colegiado do BC que decide a Selic — havia recorrido a aumentos dessa magnitude em apenas uma ocasião: em 2021.

Naquele período, houve uma rápida reversão da inflação, que passou dos níveis mais baixos da história, registrados no auge da pandemia em 2020, para um dos mais altos desde o fim da hiperinflação, impulsionada por choques globais de oferta e demanda. Entre março de 2021 e agosto de 2022, a Selic saiu da mínima histórica de 2% para 13,75%. Nesse intervalo, o BC promoveu 12 aumentos, dos quais sete foram de 1 ou 1,5 ponto percentual. No mesmo período, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), saltou de menos de 2% em 2020 para 12% no início de 2024.

Atualmente, o IPCA acumula alta de 4,87% em 12 meses até novembro, superando o teto da meta para 2023, que é de 3%, com uma banda de tolerância entre 1,5% e 4,5%.

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Outras vezes em que o Banco Central promoveu ajustes tão significativos na Selic ocorreram antes de 2003. Notoriamente, em 2002, o temor do mercado financeiro em relação à primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência fez o dólar disparar, elevando a inflação para 17% em maio de 2003 — a maior já registrada desde o fim da hiperinflação, em 1994.

Naquele contexto, a Selic subiu de 21%, em outubro de 2002, para 26,5% em fevereiro de 2003, já sob a gestão de Henrique Meirelles no Banco Central. Foram realizadas duas altas de 1 ponto percentual, duas de 3 pontos e uma adicional de 0,5 ponto.

Outro episódio ocorreu em junho de 2001, durante a crise do apagão energético, quando a Selic foi elevada em 1,5 ponto percentual, atingindo 19%. Naquela época, o IPCA registrava alta na casa dos 7%.

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Desde a reestruturação da política monetária em 1999, o Copom se reúne a cada 45 dias para ajustar a Selic com base na inflação corrente, nas expectativas e na meta. Na maioria das vezes, os ajustes são graduais, variando entre 0,25, 0,50 e 0,75 ponto percentual.

Até a restruturação da polícia monetária e a mudança de regimes em 1999, os juros chefiados pelo BC eram usados principalmente para manter o câmbio fixo e não tinham uma sistemática estabelecida como a atual. Só em março de 1999 foram três reajustes em sequência na taxa, sendo que, em um deles, o aumento foi de 20 pontos e a Selic subiu a 45%.

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