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Efeito cascata: tarifaço pode quebrar pequenas indústrias brasileiras, alerta SIMPI

“100% de todos os negócios de exportação dos pequenos negócios serão afetados”, diz o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria, Joseph Couri

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 jul 2025, 15h55 •
  • A menos de 15 dias da entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o clima pesou também nos pequenos negócios. O presidente do SIMPI (Sindicato da Micro e Pequena Indústria), Joseph Couri, alerta: “100% de todos os negócios de exportação dos pequenos negócios diretos serão afetados”, diz.

    Hoje, as micro e pequenas empresas representam cerca de 1% das exportações brasileiras, percentual que, segundo o sindicato, será totalmente perdido. “Esse 1% some. O importador simplesmente redireciona o pedido para um país com taxa menor. Ninguém paga mais caro só para comprar do Brasil.”

    Couri cita o risco de quebradeira entre as empresas. “Os pequenos não têm capital de giro para segurar estoques ou atravessar impasses comerciais. Se o produto já foi fabricado, mas o comprador cancela, essa empresa quebra. Não tem caixa para segurar a operação”, diz Couri. 

    Os efeitos indiretos do tarifaço vão atingir fornecedores das grandes empresas exportadoras.  O impacto será devastador também para fornecedores das grandes empresas. “Os pequenos produtores, não só na indústria, mas na agricultura, enfim, de uma forma geral, são afetados diretamente através da exportação indireta.”

    Os setores mais afetados são os que produzem peças, componentes e produtos semiacabados, incluindo fundição, forjaria e fabricação de peças estampadas, insumos essenciais para máquinas e equipamentos. “Peças para aviões, pás mecânicas, compressores e componentes para escavadeiras são fornecidos por pequenos negócios”, detalha Couri. Além da indústria, setores do agronegócio também sofrerão. “O café em grão, sucos, frutas, pescados e carne dependem de pequenos produtores, que fornecem matéria-prima para as grandes exportadoras.”

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    Ele também cita o impacto indireto na cadeia logística: “o caminhoneiro que pega um contêiner de um pequeno negócio para levar para o porto, diretamente afetado. O homem do contêiner, diretamente afetado”, diz. “É um efeito de cascata. Nesse primeiro momento, quem está sendo prejudicado são os produtores do Brasil”, afirma.

    Couri acredita que haverá uma solução negociada entre o Brasil e os EUA já que as empresas americanas e o consumidores serão prejudicados. “As empresas americanas sofrerão esse baque se houver a manutenção da tarifa de 50%. Porque não haverá abastecimento. Você mudar o fornecedor de uma semana para outra, de um mês para outro, é absolutamente inviável, porque isso traz custos extremamente elevados”, diz.

    Caso entre em vigor a taxação vai causar ainda problema de crédito. “Os bancos não vão refinanciar esse cenário, porque o banco não vai correr risco de financiar mais essa empresa, que é exportadora, que vai ser afetada, que sabe que, possivelmente, vai ter menos faturamento”, diz.

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