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Economia circular: por que a Riachuelo está de olho na sua roupa

Varejista e fabricante do setor têxtil lançou programa para estender vida útil de roupas, calçados e acessórios; projeto estará em todas as lojas em 2021

Por Felipe Mendes Atualizado em 8 out 2020, 10h55 - Publicado em 8 out 2020, 08h37

Quem visitar as lojas da Riachuelo em São Paulo nos próximos dias vai notar que uma caixa móvel está reivindicando espaço entre araras de roupas e gôndolas de calçados. São, na verdade, coletores para arrecadação de produtos usados. Em 23 de setembro, empresa deu o pontapé inicial para seu programa de economia circular. Realizado em parceria com a Liga Solidária, uma organização da sociedade civil (OSC), o programa é a aposta da rede para prolongar a vida útil dos itens de vestuário. Roupas, sapatos e acessórios seminovos de qualquer marca podem ser coletados pelo projeto. Após a fase de arrecadação, esses itens são destinados aos centros de triagem da Liga Solitária, que afere o estado das peças e dá um novo destino a elas. Quando há possibilidade de uma segunda vida, os produtos podem ser doados a ONGs parceiras ou vendidos por meio do bazar organizado pela Liga no Complexo Educacional Educandário Dom Duarte — o preço de cada item é simbólico (algumas peças custam 2 reais). Para roupas sem possibilidade de reuso, o destino final é a reciclagem.

Riachuelo Liga Solidária
Caixa coleta roupas para doação em meio as lojas (Riachuelo/Divulgação)

O projeto já foi implementado em 46 unidades e estará em outras 50 até o fim de dezembro. Segundo a Riachuelo, a ideia é que os coletores ganhem escala e tenham presença em todas as lojas físicas da companhia, hoje são 325 operações, até o fim do próximo ano. “O objetivo do programa é olhar para o ciclo de vida do produto e gerar um impacto socioambiental”, diz Valesca Magalhães, gerente de sustentabilidade da Riachuelo. “É uma responsabilidade nossa enquanto varejo e fabricante do setor têxtil. Mas também queremos levar essa conscientização para consumidores e funcionários da nossa rede”. Para Rosalu Queiroz, presidente voluntária da Liga Solidária, o projeto é, sobretudo, uma ação educacional. “Essa iniciativa só reforça a nossa missão de dar protagonismo para nossos beneficiados, por meio de novas formas de pensar e agir”, afirma. O dinheiro arrecadado com a venda das roupas no Bazar da Liga é empregado nos projetos sociais da OSC, que desenvolve nove programas de educação, cidadania e longevidade para mais de 13.000 crianças, adolescentes, adultos e idosos.

A iniciativa faz parte da Moda Que Transforma, um programa de investimentos sustentáveis da rede varejista. Este ano, a Riachuelo se tornou parceira da Better Cotton Initiative (BCI), organização global, sem fins lucrativos, que certifica o processo de produção do algodão. Com a iniciativa, agricultores do mundo inteiro são orientados a cultivar o algodão de maneira mais sustentável, reduzindo o impacto ambiental de suas atividades. Mas não é só a Riachuelo que tem essa preocupação. Uma de suas concorrentes, a C&A, lançou recentemente sua primeira coleção circular de camisetas e jeans. Os produtos desenvolvidos pela grife foram pensados para serem reciclados e, após seu uso, voltarem ao meio ambiente, sendo totalmente compostáveis.

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