Dólar tem alta após ameaças de Trump à China; Ibovespa recua com inflação
Presidente dos EUA ordena restrições a investimentos chineses; Lula contraria dados macroeconômicos

Em dia de desdobramentos importantes na cena comercial e política no exterior e no Brasil, o dólar fechou em alta de 0,43%, cotado a R$ 5,75. Já o Ibovespa, principal índice da B3, registrou queda de 1,36% no fim do pregão, em 125.401 pontos.
No cenário internacional, o mercado continua a digerir as declarações de Donald Trump, presidente dos EUA, na última sexta-feira, 21, quando ordenou que os órgãos federais passassem a ser mais rigorosos na aprovação de investimentos da China em setores estratégicos. A afirmação do presidente vem do plano de evitar que as empresas chinesas assumam uma posição relevante no mercado americano em áreas como tecnologia, infraestrutura, saúde e energia.
Em resposta, a capital chinesa classificou a medida como “discriminatória” e disse que ela “fere seriamente a confiança das empresas chinesas que desejam investir nos Estados Unidos”. Agora, os investidores aguardam a oficialização dos anúncios de Trump, à espera de um movimento concreto do republicano e eventuais respostas do gigante asiático, após o histórico recente de alterações e prorrogações em medidas comerciais aplicadas pelos americanos.
O mercado também aguarda a divulgação do índice de preços PCE, o índice de inflação preferido pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, para calibrar a sua política monetária que sairá no fim desta semana.
No plano doméstico, o Boletim Focus aponta que economistas consultados pelo Banco Central (BC) revisaram para cima o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. A previsão é que ele feche 2025 em 5,65%, ante 5,60% projetados na semana passada. Já as expectativas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e o crescimento do país não foram alteradas. Pela segunda semana seguida, o mercado projeta que a economia avance 2,01% em 2025.
Nesta tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva contestou os dados publicados. “Não acreditem nessa bobagem da macroeconomia”, declarou durante a assinatura de contratos do Programa de Ampliação da Frota da Petrobras e Transpetro, usando como argumento as estimativas que previam um crescimento de 1,5% para o Brasil em 2024, enquanto o país superou essa marca, alcançando 3,5%. “E podem se preparar, porque vai crescer ainda mais agora”, certificou.