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Após encostar em R$ 4,21, dólar recua com atuação do BC

Em agosto, a moeda americana acumula ganhos de quase 10% e, no ano, cerca de 25%

Por Ana Paula Machado
Atualizado em 30 ago 2018, 14h21 - Publicado em 30 ago 2018, 10h22

Após encostar na máxima histórica de 4,21 reais, o dólar perdeu força após atuação do Banco Central. Às 13h09, a moeda americana era vendida a 4,2085 reais. Após atuação do Banco Central, o dólar era vendido a 4,1555 às 14h15, uma alta de 0,98% em relação ao dia anterior. O maior valor de fechamento do dólar aconteceu em 21 de janeiro de 2016, quando a moeda americana foi vendida a 4,1631. Em agosto, o dólar acumula ganhos de quase 10% e, no ano, cerca de 25%.

Pesa na escalada da moeda americana uma sondagem eleitoral divulgada pelo Poder360, que mostra que Fernando Haddad pode receber quase que a totalidade das intenções de votos do ex-presidente Lula, caso ele seja impedido de concorrer à Presidência, destaca em relatório o operador Luis Felipe Laudisio dos Santos, da Corretora Renascença.

A pesquisa apontou que 34% dos eleitores consideram a hipótese de votar em Fernando Haddad para presidente da República, quando ele é indicado como candidato apoiado por Lula. O levantamento mostrou que o percentual de eleitores que “votariam com certeza” em Haddad é de 8%. Para  Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset Corretora, além do processo eleitoral que está estressando o pregão desta quinta-feira, seis fatores contribuem para esta alta.

“Amanhã, será um dia de muito estresse para o mercado. No campo eleitoral, temos o início da campanha para presidente, uma nova pesquisa que será divulgada e, é bom ressaltar, que nenhum levantamento está igual ao outro, e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) irá julgar se Lula terá direito a horário eleitoral. Fora isso, nesta sexta-feira, teremos divulgação do PIB, que deve apresentar recuo em relação aos números anteriores, e é a formação do dólar Ptax (taxa de câmbio calculada pelo Banco Central). Os especuladores estão forçando para uma cotação alta. Além de tudo isso, hoje, o governo argentino aumentou as taxas de juros para 60% ao ano para manter o fluxo da moeda americana no país. É muita coisa para o dólar subir por aqui”, disse Spyer.

No exterior, a lira turca amplia perdas recentes na manhã desta quinta-feira, se aproximando mais da mínima histórica de 7,1310 liras por dólar, segundo a FactSet. Pesam relatos de que o vice-presidente do Banco Central da Turquia e membro do Comitê de Política Monetária, Erkan Kilimci, deverá renunciar. A informação ganha destaque diante da pressão do mercado para que o Banco Central eleve os juros para controlar a alta inflação em meio a acentuada crise econômica no país. Dados oficiais sobre inflação, que a Turquia divulga na segunda-feira, deverão mostrar um forte salto nos preços, diante da expressiva desvalorização recente da lira. Em julho, a taxa anual de inflação ao consumidor turco ficou em 15,85%.

Dólar turismo

dólar turismo chega a ser vendido por 4,39 reais nesta quinta-feira (30) em corretoras e casas de câmbio. Na compra com cartão pré-pago, o preço atinge 4,63 reais. Em ambas as modalidades, já está incluso o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)O turismo acompanha o valor do dólar comercial.

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Para minimizar as perdas em meio ao cenário de volatilidade cambial, analistas mantêm a receita tradicional: parcelar a compra de dólar até a data da viagem. Se a viagem é para dezembro, a sugestão é comprar um pouco agora, outro tanto em setembro e na véspera do embarque.

“A dica é sempre fazer pequenas compras, pois aí se consegue um preço médio. Se voltar a subir, tem um preço médio mais baixo”, afirma André Diz, professor de macroeconomia do Ibmec/SP.

Ítalo Santos, especialista em Câmbio da Icap do Brasil, diz que não existe uma data específica para comprar dólar. “Se a moeda está em queda, não espere que ela caia mais. Aproveite o momento para comprar.”

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(Com Estadão Conteúdo)

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