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Dólar sobe 10 centavos e vai para R$ 5,52

Uma combinação de incertezas fiscais e fatores externos pressiona o câmbio

Por Luana Zanobia 20 set 2024, 18h14

O Ibovespa seguiu uma trajetória de queda desde a abertura do mercado nesta sexta-feira, 20. O índice, que iniciou o dia negociado aos 133 mil pontos, perdeu força ao longo do pregão e encerrou a semana com uma desvalorização de mais de 1%, aos 131 mil pontos. No entanto, o destaque foi a alta do dólar, que subiu 10 centavos. A moeda americana, que começou o dia cotada a R$ 5,42, fechou em R$ 5,52.

A valorização do dólar pegou o mercado de surpresa, já que a expectativa era de que o Brasil se beneficiasse do corte de juros nos Estados Unidos. No entanto, uma combinação de fatores externos e internos pesou contra o real. No plano doméstico, preocupações com a política fiscal e a persistente elevação da taxa Selic têm frustrado as expectativas de um ambiente mais favorável para os ativos brasileiros.

Das 86 ações listadas no índice, apenas oito registraram alta. Com esse desempenho, o Ibovespa acumula uma perda semanal de 2,86%.

Externamente, o cenário também é de incerteza quanto ao ritmo de redução dos juros americanos. “O mercado global demonstrou um aumento na cautela, impulsionado por incertezas sobre as futuras decisões de política monetária do Fed e pela proximidade de indicadores econômicos relevantes na próxima semana”, explica Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital. Segundo ele, o mercado está corrigindo apostas anteriores, que previam cortes mais agressivos nas taxas de juros americanas. Com isso, os juros dos Treasuries, títulos do governo dos EUA, subiram após atingirem o menor nível em dois anos, o que impulsionou a valorização do dólar frente ao real.

Além disso, os investidores locais estão atentos à divulgação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, adiado para a próxima segunda-feira. A expectativa em torno do volume de bloqueios orçamentários a ser anunciado pelo governo federal adiciona mais pressão sobre o câmbio. “Esse cenário fiscal incerto contribui diretamente para a valorização do dólar”, conclui Iarussi.

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