Dólar recua após avanços no pacote fiscal e fecha cotado a R$ 6
O Ibovespa tem alta de mais de 1% e a moeda americana cedeu para R$ 6. Na mínima do dia, o dólar caiu para R$ 5,96

O mercado financeiro brasileiro experimentou um alívio nesta quinta-feira, 4, com o dólar cedendo e o Ibovespa chegando ao encerramento do pregão com uma expressiva alta de mais de 1%, aos 127.700 pontos. A moeda americana, que chegou a cair abaixo de 5,96 reais durante o dia, encerrou em torno de 6 reais, refletindo uma percepção mais positiva dos investidores.
O gatilho para essa recuperação foi a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do regime de urgência para o aguardado pacote fiscal do governo, que visa cortar gastos públicos. Com a aprovação, o projeto será votado diretamente no plenário, sem a necessidade de passar pelas comissões temáticas, acelerando sua tramitação. O mercado reagiu de forma otimista, visto que o pacote de medidas fiscais promete uma economia de até 70 bilhões de reais até 2026. Embora o montante seja considerado insuficiente pelo mercado, a sinalização do governo demonstra que a questão fiscal foi finalmente colocada como prioridade.
“A expectativa de maior controle das contas públicas anima os investidores, especialmente em um momento em que o equilíbrio fiscal é visto como fundamental para conter a inflação e, consequentemente, a pressão sobre os juros”, diz Idean Alves, especialista em mercado de capitais.
O impacto dessa mudança de tom nas negociações foi sentido no mercado nas semanas anteriores, com uma combinação de receios sobre a eficácia do pacote e o aparente desinteresse do Congresso em priorizá-lo. Entretanto, a inversão de prioridades e o avanço célere no Legislativo trouxeram alívio aos investidores, que enxergam na aprovação do pacote uma chance de retomada da confiança econômica. “Com um fiscal mais ajustado, há menos pressão sobre juros e inflação, o que melhora o ambiente de negócios como um todo”, afirma Alves.
As reações positivas não se restringiram ao índice principal. As ações da Petrobras subiram mais de 1%, impulsionadas pela descoberta de grandes reservas de gás na Colômbia, um desenvolvimento que reforça as perspectivas de crescimento da estatal em novos mercados. A Eletrobras também viu seus papéis valorizarem mais de 4%, com novas conversas em torno da atuação do governo na empresa, um tema sensível aos investidores, que temem intervenções políticas excessivas.