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Dólar liberado: o que o fim do controle cambial significa para a Argentina

Medida encerra o "cepo" e reabre o mercado cambial, com apoio do FMI, enquanto o governo busca estabilizar a economia e reduzir a inflação

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 abr 2025, 11h07

Em um discurso de 22 minutos em rede nacional na noite de sexta-feira, 11, o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou o fim do controle cambial — conhecido como “cepo” — e celebrando o que considera a conclusão do processo de “saneamento macroeconômico” do país e o início de uma nova fase para a economia do país. A medida, antecipada horas antes pelo ministro da Economia, Luis Caputo, foi apresentada por Milei como o terceiro e último passo para estabilizar a economia argentina, ao lado do ajuste fiscal e do controle da emissão monetária. “Eliminamos o cepo para sempre”, disse o presidente.

Milei também agradeceu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e à sua diretora-gerente, Kristalina Georgieva, pelo apoio a um novo programa que, segundo ele, “não é para arrumar o caos, mas para respaldar um plano que já deu resultados”. O pacote de apoio internacional, que inclui recursos do FMI, Banco Mundial, BID e um acordo de recompra do Banco Central, soma US$ 32 bilhões — dos quais US$ 19,6 bilhões serão liberados de imediato.

O novo programa com o FMI e outros organismos multilaterais permitirá que o Banco Central argentino eleve suas reservas brutas para cerca de US$ 50 bilhões em maio, o que, de acordo com Milei, garante lastro para toda a base monetária do país.

O fortalecimento do balanço do Banco Central será vai encerrar o ciclo de inflação descontrolada, segundo o presidente. “A ideia é usar os recursos para quitar as dívidas do Tesouro com o Banco Central, o que reduzirá a dívida bruta e reforçará o patrimônio do BCRA”, disse.

Milei afirmou que, pela primeira vez em mais de um século, a Argentina tem uma macroeconomia com todas as suas “disciplinas” em ordem, o que a torna menos vulnerável a choques externos. “Nunca estivemos tão bem preparados para enfrentar as tensões da economia global”, disse. Em tom épico, comparou o país a um navio de guerra: “Já não somos uma balsa de madeira à deriva”.

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Segundo ele, em caso de crise externa, a resposta será mais ajuste fiscal — cortando gastos públicos, sem recorrer a desvalorização do peso ou aumento de impostos, como em gestões anteriores. O foco, disse, será manter o compromisso de honrar a dívida e melhorar a balança comercial.

O futuro do peso argentino

Com o fim do controle cambial, que limitava o acesso a dólares para evitar fuga de capital, o banco central do país anunciou que permitirá que o peso seja negociado em uma faixa de 1.000 a 1.400 pesos por dólar. Essa mudança pode exigir que o banco venda dólares de suas reservas, que serão aumentadas pelos fundos do FMI — representando 75% do total do programa aprovado pelo FMI.

As autoridades também informaram que puseram fim o limite de US$ 200 para a compra de dólares por pessoas físicas, além de permitir que empresas enviem alguns dividendos para o exterior.

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