Dólar fecha em baixa à espera de tarifas de Trump; Ibovespa recua, mas acumula alta no mês
Segundo o republicano, novo capítulo da guerra comercial começa em 2 de abril; projeção da inflação no Brasil continua acima do teto da meta

Nesta segunda-feira, 31, dia do último pregão do mês de março, o dólar fechou em baixa de 0,94%, cotado a R$ 5,70. Já o Ibovespa, principal índice da B3, registrou baixa de 1,25% no fim do pregão, aos 130.259 pontos, de olho na projeção da inflação divulgada no Boletim Focus e nas incertezas diante da tensão comercial causada por Donald Trump. No acumulado do mês, a bolsa brasileira teve avanço de 4,98%, enquanto a alta acumulada no ano foi de 9,11%.
No mercado internacional, o que continua em destaque é a guerra comercial travada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra diversos outros países. As últimas tarifas anunciadas tiveram os carros importados pelos EUA como alvo, mas as chamadas “tarifas recíprocas” são as que geram incertezas aos investidores. Elas entrarão em vigor nesta quarta-feira, 2 de abril, segundo o republicano.
Mesmo assim, o aguardo pelo “tarifaço” de Trump não foi o suficiente para pressionar a taxa de câmbio no último pregão do mês. Segundo previsões de analistas, o mercado deve operar com apetite reduzido ao risco até que as medidas sejam, de fato, reconhecidas. Agora, os negócios têm certa calmaria também à espera do relatório de emprego dos EUA, o payroll, que será publicado no final desta semana.
No cenário doméstico, o dia foi marcado pela divulgação do Boletim Focus pelo Banco Central (BC). De acordo com o documento, especialistas econômicos ainda apontam para uma inflação acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com limite de tolerância de até 4,5%.
Pela segunda semana consecutiva, a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a referência oficial para a inflação, permaneceu em 5,65% ao ano até o fim de 2025. Em relação à taxa Selic, o Focus segue projetando que o juros encerre o ano a 15%, mesma projeção há 12 semanas.