Dólar e Ibovespa oscilam em dia de incertezas em relação à guerra comercial
Flexibilizações no 'tarifaço' de Trump vêm acompanhadas de possíveis novas tarifas para outros setores

Em dia de oscilações na movimentação dos negócios, o dólar fechou em alta de 0,67% nesta terça-feira 15, cotado a 5,89 reais, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, registrou baixa de 0,16% no fim do pregão, atingindo os 129.245 pontos. O relativo alívio na guerra comercial influencia o humor dos investidores, mas eles ainda seguem em alerta devido à imprevisibilidade dos anúncios do republicano.
No cenário internacional, os mercados ainda reagem às flexibilizações na guerra comercial travada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra outros países. O republicano, além de ter adiado em 90 dias a entrada em vigor do “tarifaço” e ter isentado produtos eletrônicos exportados pela China, deu indícios de que também pode adiar a tarifa de 25% que planeja para veículos e autopeças importados.
“Estou pensando em algo que ajude as empresas automotivas em sua troca das peças que são feitas no México, Canadá e outros lugares”, afirmou Trump em conversa com jornalistas nesta segunda-feira 14 na Casa Branca. “Elas vão fazê-las aqui (nos EUA), mas precisam de um tempo.”
A fala, apesar de apaziguadora, gerou incertezas sobre se, de fato, ela significa um possível adiamento. As tarifas de importação já são um conhecido “vaivém” do governo americano, devido às constantes mudanças de decisão por parte de Donald Trump.
A isso se somam os documentos oficiais publicados pelo governo dos Estados Unidos na tarde de ontem, que indicam o início de uma investigação de segurança nacional sobre importação de chips e de medicamentos. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, disse que o país deve anunciar, nos próximos dois meses, uma nova leva de tarifas abrangentes sobre medicamentos importados. Além disso, Trump disse que vai anunciar, em até uma semana, o valor da nova taxa que será cobrada sobre chips importados.
No Brasil, os investidores acompanham o envio da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026 ao Congresso Nacional. O documento, além de incluir projeções econômicas do governo do país, sugere que o salário mínimo seja de 1.627 reais a partir de janeiro do ano que vem, o que representa um reajuste de 7,18% sobre os atuais 1.518 reais.
O recuo da bolsa brasileira também é influenciado pela queda nos valores dos papéis da Petrobras e da Vale, duas das companhias mais influentes para os negócios. A Petrobras fechou em baixa diária de 2,17%, enquanto a Vale registrou queda de 1,01% no fim do pregão.