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Dólar dispara e encosta nos R$ 5,87, o maior valor desde 2020

Moeda americana se aproximou de seu maior patamar em quase quatro anos e meio, atingido em 13 de maio de 2020, no início da pandemia, quando fechou a R$ 5,90

Por Luana Zanobia Atualizado em 1 nov 2024, 18h47 - Publicado em 1 nov 2024, 17h08

O dólar comercial disparou nesta sexta-feira, 1º de novembro, e encerrou o dia vendido a R$ 5,869, uma alta de 1,53%. A proximidade da eleição presidencial nos Estados Unidos e as incertezas em torno do cenário fiscal brasileiro têm levado investidores a buscar refúgio na moeda americana, elevando o câmbio a níveis não vistos desde 2020.

Com a alta de hoje, o dólar se aproximou de seu maior patamar em quase quatro anos e meio, atingido em 13 de maio de 2020, no início da pandemia, quando fechou a R$ 5,90. A moeda encerra a semana semana com uma valorização de quase  2,5% e acumula alta de mais de 20% no ano frente ao real. A desvalorização do real ocorre em um contexto onde a falta de clareza sobre os cortes de gastos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva gera apreensão entre os agentes de mercado, e o Ibovespa sofre as consequências, fechando em queda nesta sexta-feira.

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em forte queda nesta sexta. A bolsa caiu 1,23%, aos 128,1 mil pontos.

No Brasil, as expectativas de um pacote fiscal robusto esvaneceram, com a viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a Europa, adiando o anúncio de novas medidas de controle dos gastos públicos até meados de novembro.

 “A expectativa de que o pacote fiscal seja adiado até novembro cria um clima de insegurança, especialmente com a viagem de Haddad, e isso se reflete na pressão sobre os ativos brasileiros”, afirma o especialista Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.

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Mesmo com os leilões de swap cambial realizados nesta sexta-feira pelo BC, que visam aliviar a volatilidade, a incerteza quanto à disciplina fiscal do governo alimenta o pessimismo.

O movimento é acompanhado pela pressão sobre os juros futuros, já que o mercado especula que o Banco Central terá que elevar a Selic de forma mais agressiva nas proximas reuniões para ancorar a inflação à meta após a últimos dados indicarem estouro. Embora a elevação de juros no Brasil enquanto os Estados Unidos caminha para nova maks redução se juros após dados fracos de emprego, o diferencial não gera atração ao investidor devido às incertezas fiscais e ao risco inflacionário.

O Ibovespa também recuou, aps 128 mil pontos, pressionado pela forte saída de capital estrangeiro da bolsa, que somou R$ 2,195 bilhões apenas em outubro. A fuga de dólares do Brasil tem contribuído para a desvalorização do real, o que ajuda a explicar parte da escalada do dólar frente à moeda brasileira.

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As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) estão em alta, tornando o dólar ainda mais atraente para os investidores. Até que o governo apresente uma estratégia fiscal clara, o mercado tende a permanecer cauteloso, com a moeda americana solidificando seu papel como porto seguro em tempos de turbulência.

 

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