Economia

Dólar cede e fecha em R$ 6,03 após advertência de Trump ao Brics; Ibovespa sobe

Com desvalorização de 0,13%, o valor da moeda americana acompanha as declarações de Trump em seu primeiro dia de mandato

Por Leticia Yamakami SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 21 jan 2025, 18h27 - Publicado em 21 jan 2025, 17h59

O presidente Donald Trump, ao centro, segura a mão de sua esposa Melania Trump, à direita, enquanto seu filho Barron Trump, ao centro, e o vice-presidente JD Vance observam (Morry Gash/AFP)

Após abrir em alta, o dólar fechou em leve queda de 0,13% nesta terça-feira, 21, vendido a R$ 6,0332. A desvalorização da moeda americana representa uma acomodação de preços no primeiro dia do mandato de Donald Trump, à medida que os investidores continuam digerindo os planos e as declarações do atual presidente dos Estados Unidos, que manteve a sua retórica dura envolvendo relações comerciais com diversos países. De olho no alívio momentâneo dos mercados, o Ibovespa fechou com alta de 0,39% perto do fim da sessão, aos 123.338 pontos, em linha com o desempenho das bolsas americanas.

Em coletiva de imprensa na Casa Branca, o republicano deu uma advertência ao Brics ao afirmar que poderia sobretaxar os países do grupo caso “tentassem prejudicar os Estados Unidos”. O bloco é presidido, a partir deste ano, pelo Brasil e tem na composição Rússia, Índia, China e África do Sul, além de outros membros recém-admitidos – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.

Trump declarou também que pretende decretar uma tarifa de 25% sobre as importações do Canadá e do México já no dia 1º de fevereiro. Todavia, não mencionou nenhuma medida econômica relacionada diretamente à China. Durante sua campanha, o candidato republicano defendeu a imposição de sobretaxas de importação de 100% para os produtos da do país asiático para estimular a produção nacional.

No mercado internacional, o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta das seis principais moedas do mundo, tem baixa de 1,23%, aos 108,078 pontos. O recuo do índice, que representa a confiança global no dólar, é uma pontual trégua na busca por proteção dos investidores, em meio aos receios de que as medidas econômicas estabelecidas por Trump tragam instabilidade ao mercado, principalmente no comércio internacional e nas relações com outros blocos econômicos.