Os atuais diretores do Banco Central (BC) colocaram-se à disposição do presidente indicado para a instituição, Roberto Campos Neto. Em nota, o BC diz que, em particular, o diretor de Política Econômica, Carlos Viana de Carvalho, já chegou a entendimento com o presidente indicado do BC para permanecer no cargo “por tempo considerável”.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, já disse ontem que a diretoria da instituição ficaria à disposição de seu sucessor. “A atual diretoria colegiada, com membros oriundos do setor privado e servidores de carreira, permanecerá à disposição do novo presidente do BC, contribuindo para a continuidade e a normalidade dessa transição.”
Ontem, a equipe de transição do presidente Jair Bolsonaro confirmou a indicação de Campos Neto para o comando do BC, a partir de janeiro.
Executivo do Banco Santander e neto do ex-ministro Roberto Campos, Campos Neto substituirá Ilan Goldfajn, que não aceitou o convite para permanecer no cargo. Formado em economia, com especialização em finanças, pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, Campos Neto tem 49 anos.
Para assumir o cargo de presidente do BC, Campos Neto precisa ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e ter seu nome aprovado. O plenário da Casa também precisa referendar a indicação. O cargo de presidente do Banco Central tem status de ministro.
Roberto Campos Neto foi escolhido por Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, após o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, recusar o convite para permanecer no cargo. Em nota divulgada ontem, Ilan diz que ‘seu afastamento do cargo se dá por motivos pessoais e agradece o apoio recebido dos integrantes do próximo governo, a quem deseja pleno sucesso’.
Ilan Goldfajn também manifestou apoio ao projeto de autonomia do BC de autoria da Câmara dos Deputados e disse que continuará trabalhando junto com os parlamentares para aprovar o texto ainda em 2018. “A eventual aprovação da lei, com mandatos fixos e intercalados dos membros da sua diretoria (presidente e diretores), permitirá um futuro onde as transições do BC e do governo ocorram em momentos distintos, com conhecidos benefícios para a economia.”
“A atual gestão do BC tem se empenhado na aprovação da lei de autonomia com mandatos de tempo fixos, mas sempre com o intuito de valer para a próxima diretoria”, afirmou ele em nota.
(Com Agência Brasil)