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Diesel deve ser reajustado nas próximas semanas, diz CEO da Petrobras a Lula

Defasagem do diesel em relação ao mercado internacional encerrou a semana passada em 16%, equivalente a 56 centavos por litro

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 jan 2025, 08h18

O preço do óleo diesel deve ser reajustado nas próximas semanas. O aviso foi dado pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a reunião realizada ontem, dia 27. A informação é do jornal Folha de S.Paulo. Segundo a publicação, perguntada sobre o tamanho do aumento, Chambriard afirmou que os técnicos da companhia ainda estão fazendo as contas.

Chambriard acrescentou que não deve mexer no preço da gasolina. Os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, também participaram do encontro no Palácio do Planalto. A reunião ocorreu em meio à pressão dos acionistas minoritários da estatal e dos importadores para que a Petrobras eleve seus preços e reduza a defasagem em relação aos preços internacionais.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem de preços do diesel em relação ao mercado internacional encerrou a semana passada em 16%, equivalente a 56 centavos de real por litro. No caso da gasolina, a diferença é de 7%, ou cerca de 20 centavos por litro. Isso significa que a diferença cresceu nas últimas semanas, já que, no fim de dezembro, a defasagem da gasolina era de 6% e a do diesel, de 11%.

Manter a paridade dos preços internos com a média do mercado internacional é importante, segundo a Abicom, para garantir o abastecimento dos brasileiros. Embora o país possua uma estrutura razoável de produção de combustíveis, com 17 refinarias (14 das quais, operadas pela Petrobras), a oferta interna não atende toda a demanda e, por isso, as importações seguem necessárias.

Segundo os dados mais atuais da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Brasil produziu no terceiro trimestre do ano passado, 7,7 bilhões de metros cúbicos de gasolina c0mum e etanol anidro que é misturado a ela na proporção de 27%. No mesmo período, foram comercializados 11,2 bilhões de metros cúbicos desses combustíveis.

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Os importadores argumentam que, quanto mais a Petrobras segura o preço da gasolina e do diesel, mais difícil é suprir essa diferença com produtos do exterior. Isto, porque enquanto os associados da Abicom precisam pagar o que o mercado internacional cobra, a estatal oferece aos postos e aos consumidores um produto mais barato, tirando a competividade da importação.

Entre as possíveis consequências, está o risco de desabastecimento, já que as distribuidoras preferem comprar da Petrobras para obter maiores margens de lucro. Outro risco é o da inflação – sem as importações, parte da demanda pode ficar desatendida e incentivar os postos de gasolina a elevar os preços, seguindo a velha lei da oferta e da procura.

Chambriard negou publicamente, há alguns dias, que a Petrobras pratique um congelamento velado de preços ou que planeje reajustá-los em breve. O represamento artificial dos preços causa arrepios em economistas, analistas de mercado e consumidores, por lembrar o praticado durante os anos em que Dilma Rousseff ocupou o Palácio do Planalto.

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Como se sabe, para frear a inflação, Dilma segurou os combustíveis na marra. Em alguns momentos, a defasagem em relação ao exterior chegou a 40%. A política levou a Petrobras a acumular dívidas, prejuízos e desvalorização das ações.

Quando não havia mais condições de conter os aumentos, a Petrobras promoveu fortes ajustes contribuíram com a disparada da inflação. Estima-se que tal política tenha custado 100 bilhões de dólares à estatal, considerando-se o quanto a empresa deixou de faturar e os custos financeiros decorrentes.

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