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Desemprego recua para 6,2% em outubro, menor taxa da série histórica

Dado é o menor nos 13 anos da Pnad Contínua. País registra também novos recordes de população ocupada, trabalhadores com carteira assinada e sem carteira

Por Larissa Quintino Atualizado em 29 nov 2024, 09h17 - Publicado em 29 nov 2024, 09h16

A taxa de desemprego recuou para 6,2% no trimestre encerrado em outubro. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trata-se da menor taxa da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Os dados vieram em linha com as estimativas do mercado, que projetavam o desemprego na casa dos 6,2% para o período.

Em números absolutos, eram 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego no período. Este, por sua vez, foi o menor número de pessoas desocupadas em uma década ou, mais precisamente, desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014, segundo o instituto.

A queda na taxa de desemprego é consequência dos seguidos recordes de ocupação, renovados mais uma vez no período entre agosto e outubro: são 103,6 milhões de trabalhadores , sendo 53,4 milhões de empregados no setor privado, dos quais 39 milhões tinham carteira assinada e 14,4 milhões eram empregados sem carteira. — todos esses dados, recordes na série histórica da Pnad, iniciada em janeiro de 2012.

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O número de empregados no setor público (12,8 milhões) também foi recorde. Com isso, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando (nível de ocupação) chegou ao maior percentual da série histórica da PNAD Contínua: 58,7%.

Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “A recorrente expansão da ocupação em 2024 tem gerado esses recordes, que ultrapassaram os anteriormente registrados – como no caso do Nível da Ocupação, cujo valor máximo até agora havia ocorrido em 2013 (58,5%)”.

Com o aumento da ocupação, também aumentou a informalidade. A taxa no tri encerrado em outubro foi de 38,9%, o que equivale a 40,3 milhões de trabalhadores informais, o maior contingente da série, iniciada em 2016. Essa taxa superou a do trimestre móvel anterior (38,7 %) e foi menor que a do mesmo trimestre de 2023 (39,1 %).

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A alta na informalidade foi puxada pelo novo recorde de trabalhadores sem carteira assinada, uma vez que o número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões) manteve estabilidade nas duas comparações: trimestral e anual.

Renda cresce

Os dados da Pnad mostram, além do aumento da ocupação, um aumento da renda dos trabalhadores. A média, segundo o IBGE, ficou em R$ 3.255, sem variação estatisticamente significativa frente ao trimestre e com alta de 3,9% no ano.

Já a massa de rendimento real habitual, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 332,6 bilhões, crescendo 2,4% (mais R$ 7,7 bilhões) no trimestre e 7,7% (mais R$ 23,6 bilhões) no ano.

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“Embora o rendimento médio não tenha mostrado variação estatisticamente significativa frente ao trimestre móvel anterior, a massa de rendimentos cresceu nas comparações trimestral e anual, devido ao aumento do número de pessoas trabalhando e recebendo rendimentos”.

Atividades

Três dos dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua do IBGE puxaram a alta da ocupação frente ao trimestre móvel anterior (maio a julho). A população ocupada na Indústria cresceu 2,9% (mais 381 mil pessoas), a Construção cresceu 2,4% (mais 183 mil pessoas) e o número de trabalhadores em Outros serviços subiu 3,4% (mais 187 mil pessoas). Juntas, essas atividades econômicas ganharam mais 751 mil trabalhadores, no trimestre

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“Esses 3 grupamentos de atividades responderam por quase metade do crescimento de total da ocupação no trimestre (1,6 milhão), sendo o destaque para a Construção que registrou sua maior expansão em 2024”, explica Beringuy.

Em relação ao mesmo trimestre móvel de 2023, sete grupamentos aumentaram seu número de trabalhadores: Indústria (5,0%, ou mais 629 mil pessoas), Construção (5,1%, ou mais 373 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,3%, ou mais 623 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (5,7%, ou mais 316 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,5%, ou mais 563 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,4%, ou mais 802 mil pessoas) e Outros serviços (7,2%, ou mais 382 mil pessoas). Houve redução em Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-5,3%, ou menos 446 mil pessoas) e estabilidade em dois grupos: Serviços domésticos e Alojamento e alimentação.

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