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De Shell a Apple: mais de 30 empresas dão adeus à Rússia 

A fuga das companhias é motivada pelas duras sanções econômicas impostas pelo Ocidente, mas também representa uma retaliação à Rússia pelo conflito

Por Luana Zanobia Atualizado em 3 mar 2022, 13h43 - Publicado em 2 mar 2022, 12h03

O conflito bélico no Leste Europeu está causando uma debandada de importantes multinacionais da Rússia. Desde a invasão russa à Ucrânia na semana passada, aumenta o número de empresas estratégicas que começaram a se retirar do país ou suspender seus serviços, deixando a nação liderada por Vladimir Putin ainda mais isolada da geopolítica mundial. Até o momento, mais de trinta grandes companhias deram adeus à Rússia.

A fuga das empresas é motivada pelas duras sanções econômicas impostas pelo Ocidente – a exemplo da exclusão do sistema Swift, principal rede financeira global – que podem desencadear uma crise financeira ou um colapso econômico no país. Mas também representa uma retaliação à Rússia de ações consideradas “inaceitáveis”, em um esforço conjunto para enfraquecer a sua economia e retirá-la do mercado financeiro global.

É representativo o número de petroleiras e de montadoras que já desfizeram seus negócios no país. Ao menos cinco – BP, Shell, Exxon, TotalEnergies, Equinor – já encerraram suas operações. A britânica BP foi a primeira a iniciar o movimento, ao decidir se desfazer da participação de 19,75% na russa Rosneft. A Shell também abandonou sua faita na Sakhalin 2, usina de gás natural da qual tinha 27,5% e era operada pela russa Gazprom. A petroleira também decidiu retirar investimento do gasoduto Nord Stream 2, projeto que dobraria a capacidade de levar gás para a Europa. Exxon, Equinor e TotalEnergias também vão paralisar suas operações e os investimentos no país.

Das montadoras, ao menos seis já oficializaram o congelamento de atividades e o embargo à venda dos automóveis até que o conflito cesse. A alemã Daimler Truck e a francesa Renault decidiram paralisar suas fábricas na Rússia. A Volvo, Harley Davidson, GM e Jaguar Land Rover, suspenderam as exportações ao país. Um dos motivos do embargo às vendas seria também os gargalos logísticos. Quatro grandes transportadoras marítimas, entre elas a Maersk, vão interromper o transporte para a Rússia. A Maersk, que opera seis terminais na Rússia com a Global Ports, garante que a medida não vai afetar o transporte de alimentos e suprimentos médicos.

As fabricantes de aeronaves Boeing e Airbus, outro setor estratégico para o país, também suspenderam sua operações e o envio de peças ao país. A AerCap, empresa de leasing de aeronaves, vai encerrar sua atividade com as empresas russas. A companhia é considerada a maior do setor, e cerca de 5% da sua frota de 2 mil aeronaves era alugada por empresas russas. As gigantes de entrega UPS, FedEx e DHL também interromperam seus serviços.

O cenário para os russos também começa a se complicar com a decisão das administradoras de cartões, Visa e Mastercard, de bloquear as instituições financeiras russas de suas redes.

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Veja a lista de empresas que paralisaram atividades ou impuseram algum tipo de restrição à Rússia:

Petroleiras – BP, Shell, Exxon, TotalEnergies, Equinor: Suspensão das operações e retirada de investimentos

Montadoras – Daimler Truck, Renault, Volvo, Harley Davidson, GM e Jaguar Land Rover: Suspensão das operações e embargo às vendas

Eletroeletrônicos– Apple: A gigante de tecnologia suspendeu a venda de seus produtos no país

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Fabricantes de aeronaves – Boeing, Airbus: Suspensão das exportações e embargo de peças

Administradoras de cartões Visa, Mastercard: Bloqueio das instituições financeiras russas

Alimentícia – Coca-Cola HBC, Mondelez, Carlsberg: Suspensão das operações

Transporte Marítimo Maersk, ONE, MSC e Hapag Lloyd: Suspensão do transporte

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Serviços de entrega – UPS, FedEx e DHL: Suspensão do serviço

Fabricante de pneus – Nokian Tyres: Transferência da sua linha de produção para Finlândia ou Estados Unidos

Commodities agrícolas – Bunge, Archer-Daniels-Midland: Fechamento de escritórios e suspensão das operações

Aço – ArcelorMittal: Suspensão das operações

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Vestuário – Adidas: Empresa rompeu o contrato de patrocínio com a seleção de futebol russa

Streaming -Disney, Sony, Warner, Netflix: Vão adiar lançamentos de filmes

Internet e redes sociais – Facebook, Twitter e Microsoft: Vão limitar a divulgação de informações da mídia ligado ao governo russo

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