ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Crescimento dos serviços sustenta a aposta de alta dos juros

Atividade econômica aquecida mantém aceso o alerta sobre a inflação

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 dez 2024, 13h57 - Publicado em 11 dez 2024, 11h21

O setor de serviços brasileiro, que responde por cerca de 70% do PIB, avançou 1,1% em outubro de 2024, consolidando sua posição como principal motor da economia e confirmando a necessidade de o Banco Central adotar uma política monetária mais rígida para conter as pressões inflacionárias. Com esse crescimento, o segmento registra duas altas consecutivas acima de 1%. Embora o desempenho robusto do setor de serviços ajude a afastar os temores de uma recessão, ele também acende um alerta sobre o aumento de preços, exigindo ações mais firmes para ancorar a inflação.

“O crescimento do setor de serviços neste final de ano está diretamente relacionado ao aumento do consumo, turismo e festividades sazonais, o que impulsiona a economia como um todo, mas também pressiona a demanda”, explica Rafael Perez, economista-chefe da Suno Research. “Essa combinação de crescimento e maior poder de compra da população acaba alimentando a inflação, o que coloca o Banco Central em uma posição delicada.”

O avanço contínuo dos serviços, impulsionado pelas melhorias no mercado de trabalho e pelos programas de transferência de renda, tem sustentado o crescimento econômico, que deve ficar acima de 3% neste ano. No entanto, com o IPCA acumulado em 12 meses até novembro já atingindo 4,87%, acima do teto da meta de 4,5%, a pressão inflacionária pode obrigar o Comitê de Política Monetária (Copom) a agir de forma mais agressiva nessa última reunião do ano. As expectativas indicam que o BC poderá elevar os juros em 1 ponto percentual, numa tentativa de esfriar a economia e manter a inflação sob controle.

Embora o crescimento econômico de 2024 seja uma boa notícia, refletindo um desemprego em queda e a recuperação do poder de compra, ele também tem seu custo. A expansão da renda das famílias e a política de reajuste do salário mínimo acima da inflação têm estimulado o consumo, especialmente no setor de serviços, alimentando um ciclo de alta nos preços. Isso coloca o Brasil em uma encruzilhada: manter o crescimento em alta ou apertar as rédeas para evitar um descontrole inflacionário.

“Em 2025, esperamos uma desaceleração no setor de serviços, com o impacto de uma política monetária mais restritiva e um mercado de trabalho com menos espaço para ganhos adicionais”, afirma Perez. A combinação de uma política fiscal mais neutra e juros elevados deve reduzir o ritmo de crescimento, mas o desafio será garantir que a inflação se mantenha dentro dos limites desejados.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.