O número de nascimentos registrados no Brasil foi de 2,8 milhões em 2017, uma alta de 2,6% na comparação com o ano anterior. Os dados são das Estatísticas do Registro Civil divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse desempenho, o país recupera parte das perdas de 2016, quando houve uma queda de 5,1% no número de nascimentos. Mesmo assim, o índice continua menor do que o observado nos anos de 2015 e 2014.
O perfil das mães está sofrendo mudanças. Segundo o IBGE, houve uma diminuição na proporção de nascimentos de crianças cujas mães estavam nas faixas etárias inferiores aos 30 anos entre 2007 e 2017. No mesmo período, aumentou a proporção de nascimentos de crianças de mães acima dessa idade.
Por Estado
Apenas o Rio Grande do Sul apresentou redução no número de nascimentos em 2017. Outros estados registraram crescimento abaixo de 1%. É o caso de Mato Grosso (0,8%), Amapá (0,6%), Ceará (0,5%) e Pará (0,4%).
Entre os estados com maior taxa de nascimentos estão Tocantins (9%), Mato Grosso do Sul (6,3%), Acre (6,3%), Espírito Santo (5,9%), Rondônia e Rio de Janeiro (5,8%) e Sergipe (5,1%).
Segundo o IBGE, o hospital ou estabelecimento de saúde sem internação são o local de nascimento de 98,9% das crianças com vida. Os estados onde ocorrem mais partos em domicílio são Amazonas (4,8%), Acre (3,9%), Amapá (2,5%), Pará (2,4%), Roraima (2,0%) e Maranhão (1,6%).
Os registros de nascimento são realizados em 94,9% dos casos. Os tardios, aqueles efetuados anos depois do nascimento, representam apenas 2,7%. Em 2016, o porcentual era de 3,5%.
Mortes
Mais de 1,2 milhão de óbitos foram registros em 2017, de acordo com os dados do IBGE. O número representa alta de 0,23% em relação a 2016. A maioria das mortes (59,3%) ocorreu entre a população com mais de 65 anos.
Até 1977, a mortalidade entre crianças menores de 5 anos (33,4%) era maior do que entre idosos (29,4%). “O grupo [de crianças] era muito suscetível às más condições sociais, econômicas e sanitárias vigentes na época, onde mais de 60% da população vivia em áreas consideradas rurais, com saneamento precário e o acesso à saúde mais difícil”, explicou o órgão.
Na época, a cada 1.000 crianças nascidas vivas, 147 morriam antes de completar 1 ano. A situação passou a melhorar no fim da II Guerra Mundial, com melhores condições sanitárias e aperfeiçoamento de vacinas.
O movimento, então, reverteu-se. Em 2017, a taxa de mortalidade entre menores de 5 anos é de 2,8%. Enquanto isso, a dos idosos é de 59,3%. “Pessoas que até então não conseguiam alcançar as idades mais avançadas, em função do alto nível de mortalidade, começaram a envelhecer, fazendo com que o número de óbitos registrados de pessoas com 65 anos ou mais aumentasse ao longo deste período”, disse o IBGE em nota.
Os dados mais recentes do órgão confirmam que as mulheres vivem mais do que os homens. Enquanto a expectativa de vida delas é de 79,4 anos, os homens vivem cerca de 72,9 anos.
Causas externas
Ainda segundo os dados, um homem de 20 a 24 anos tem risco onze vezes maior de morrer por causas externas – que englobam homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas acidentais – do que mulheres.
Entre meninos a partir dos 15 anos, houve um acréscimo de 1,8% no número de mortes do tipo. O Ceará foi o estado com a maior alta (144,1%). Sergipe e Bahia, também localizados na Região Nordeste, observaram suas taxas dispararem para 134,7% e 128,5%, respectivamente.
Em alguns estados, entretanto, foi registrada a redução nos óbitos por causas externas, como no Paraná (43,2%), Distrito Federal (35%), São Paulo (30,9%) e Espírito Santo (25,9%).
O maior aumento relativo, tanto para homens (31,2%) quanto para mulheres (39,1%), ocorreu entre idosos com 80 anos ou mais – nesse grupo, o maior vilão são as quedas acidentais.