Crédito cresceu 14,6% nos últimos 12 meses, chegando a R$ 11,7 trilhões
Aumento se deve a empréstimos e financiamentos, principalmente de pessoas jurídicas; por variação cambial, dívida externa pressionou para baixo
Apesar do advento das vacinas, a crise econômica causada pela Covid-19 provoca impactos financeiros significativos tanto às famílias quanto às empresas, logo o crédito continua um aliado importante para a continuação do consumo e para as companhias manterem suas atividades. Dados divulgados nesta terça-feira, 23, pelo Banco Central mostraram que o crédito ampliado ao setor não financeiro cresceu 14,6% nos últimos doze meses e alcançou 11,7 trilhões de reais (157% do PIB).
No mês, a alta foi de 0,2% e refletiu os aumentos de cerca de 2% nos empréstimos e financiamentos e nos títulos de dívida. Já a dívida externa puxou a variação para baixo, com queda de mais de 5% causada principalmente pela valorização cambial no mês.
O crédito ampliado a empresas e famílias teve um aumento de 15,9% nos últimos doze meses e baixa de 0,7% no mês, puxada para baixo principalmente pela variação cambial e para cima pelo crescimento de empréstimos e financiamentos e títulos de dívida. Já as operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional cresceram 2% no mês e alcançaram 4 trilhões de reais em novembro. O destaque é das expansões de créditos às empresas, que nos doze meses aumentaram de 21,3% para 22,1%. O crédito às famílias também cresceu no período, de 9,9% para 10,9%.
Já o crédito livre para pessoas jurídicas somou 1,1 trilhão de reais, com aumento de 24,7% na comparação interanual e 2,2% e destaque para desconto de duplicatas e capital de giro acima de um ano. O crédito livre a pessoas físicas, por sua vez, totalizou 1,2 trilhão de reais, com alta de 10,7% em doze meses e 2,7% no mês e destaques para aumentos em cartão de crédito à vista, crédito consignado e financiamento de veículos.
A recuperação econômica será lenta no Brasil, assim como ocorre em outros países do mundo. Na terça-feira 22, Joe Biden, presidente eleitos dos Estados Unidos, disse em coletiva que o pior ainda está por vir: “A verdade é esta: os nossos piores dias na batalha contra a Covid-19 estão à nossa frente, não atrás de nós. Portanto, precisamos nos preparar”, disse ele. Se o sinal de alerta está ligado lá a máxima potência ao mesmo tempo que a população começa a ser vacinada, é importante mantê-lo bem aceso aqui também e ter em mente que o crédito continuará sendo um recurso fundamental para amparar a economia.