CPI pede indiciamento de altos executivos do Itaú e Safra por fraudes
Relatório da Câmara Municipal de São Paulo acusa bancos de sonegação de impostos
Em relatório final divulgado nesta quinta-feira 5, a CPI da Câmara Municipal de São Paulo que investiga indícios de sonegação fiscal cometida por bancos pediu que o Ministério Público indicie altos executivos do Itaú e do Banco Safra por “suposta prática de crime contra a ordem tributária, organização criminosa e falsidade ideológica”.
No caso do Itaú, é requerido o indiciamento de 97 diretores, incluindo integrantes do conselho de administração, entre eles os co-presidentes Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal. No Banco Safra, há a solicitação de indiciamento de 13 membros do conselho, incluindo o atual presidente, Alberto Corsetti.
O relatório aponta suposta sonegação de cerca de 4 bilhões de reais do Itaú nos últimos cinco anos ao transferir parte de seus negócios para Poá, município na Grande São Paulo. O Safra teria se favorecido de prática similar – transferindo o endereço da empresa para Poá – e assim supostamente sonegada, entre 2014 e 2016, uma quantia de 14,9 milhões de reais.
Por meio de suas assessorias de imprensa, as duas empresas negaram as acusações. “O Banco Safra reforça seu compromisso com a ética e refuta a prática de qualquer ilegalidade”, afirmou a instituição.
“O Itaú Unibanco lamenta profundamente e repudia com vigor as conclusões do relatório final da CPI em andamento na Câmara Municipal de São Paulo, que são falsas e incoerentes. A presença histórica do Itaú em Poá é incontestável. O banco manteve operações de cartão de crédito e leasing neste município por cerca de 30 anos, com estrutura de pessoal, espaço físico e tecnologia compatíveis com as atividades lá realizadas. O banco decidiu estruturar essas operações em Poá em razão do incentivo fiscal oferecido pela cidade na época, o que é totalmente legal e comumente praticado por empresas dos mais diversos setores no País”, declarou o Itaú.