Correios ameaçam com demissões, diz federação de funcionários
Os Correios abriram um plano de demissão voluntária com a expectativa de cortar 8.000 trabalhadores. Mas só 5.500 aderiram ao programa.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos quer fazer uma mega rodada de demissões, segundo a Federação Nacional de Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect). O secretário-geral da entidade, José Rivaldo da Silva, disse que a empresa ‘vazou’ um documento interno que mostra que o departamento jurídico estuda uma manobra para driblar a estabilidade no emprego para que as demissões possam ser efetuadas.
Em nota, os Correios informam apenas que “o programa de demissão motivada ainda está sendo discutido pela diretoria executiva dos Correios”.
Os Correios abriram um plano de demissão voluntária com a expectativa de cortar 8.000 trabalhadores. Mas só 5.500 aderiram ao programa.
Agora, segundo Silva, o plano seria cortar até 25 mil dos atuais 117 mil funcionários. “Mas não vamos deixar isso acontecer. Eles estão descumprindo pontos do acordo coletivo”, afirmou.
O secretário-geral da Fentect diz que os funcionários estão “aterrorizados” e sem “saber o que acontecerá com eles”. “Suspenderam as férias já programadas, vão fechar 250 agências e cortaram o trabalho aos sábados.”
Para protestar contra o que considera o descumprimento do acordo coletivo e ameaça de demissões, a Fentect estuda convocar uma greve geral para os funcionários dos Correios. A princípio, a ideia é aderir à paralisação geral marcada pelas centrais sindicais para 28 de abril.
Com quatro anos seguidos de prejuízo, os Correios estudam fechar 250 agências. Hoje, a empresa conta com 6.511 agências próprias.
Silva questiona os motivos alegados pela empresa para seu déficit. “O que existe é a má gestão.”