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Coronavírus: Guedes diz que economia vai sentir o ‘impacto’ do surto

Nesta quinta, dólar encostou nos R$ 5 e Ibovespa entrou em duas vezes em 'circuit breaker'; governo tenta acordo para destinar R$ 10 bi para conter a crise

Por Larissa Quintino Atualizado em 12 mar 2020, 15h30 - Publicado em 12 mar 2020, 14h46

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira, 12, que a crise causada pela pandemia do novo coronavírus ainda “vai tomar o impacto” no Brasil, mas que a questão é “passageira”. O ministro citou o caso da China, que anunciou o fim do pico do surto.

O comentário de Guedes foi feito após ele ser questionado por jornalistas sobre a nova disparada do dólar, que nesta quinta-feira chegou a bater 5 reais na abertura do mercado. Na semana passada, o ministro afirmou que, se fizesse “muita besteira”, o dólar chegaria nesta marca. O ministro esclareceu nesta quinta que não se referia apenas a ele, mas sim “ao Congresso, Senado, Câmara, Presidência da República, ministros, opinião pública informada pela mídia”. De acordo com Guedes todos os citados são responsáveis pela instabilidade. Por volta das 14h35, o dólar era cotado a 4,84 reais, alta de 2,54%.

Nesta quinta-feira, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, chegou a cair 19,8%, caminhando para o terceiro circuit breaker (paralisação das negociações) no dia. Porém, após o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) anunciar a entrada de 1 trilhão de dólares no mercado, o índice apresentou recuperação e caía na casa dos 14%.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 73 casos confirmados de coronavírus até o momento, mas o número deve subir já que o Rio de Janeiro confirmou que há mais infectados e o dado ainda não foi computado pelo governo. O país ainda não registrou nenhuma morte ou caso de transmissão comunitária, forma pela qual não é possível identificar o foco da doença.

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Guedes afirmou que governo e Congresso se mobilizam para que recursos do Orçamento Impositivo sejam usados para conter a crise do coronavírus. Segundo o ministro, 5 bilhões de reais seriam direcionados a ações de enfrentamento a coronavírus e outros 5 bilhões de reais a fundo de emergência também destinado ao combate do surto.

“Rapidamente os dois lados (Executivo e Legislativo) perceberam isso, lançaram as pontes, o entendimento começa de novo e eu acho que vamos resolver isso”, disse Guedes, após ter se reunido na noite da véspera no Congresso, quando o tema foi debatido.

O ministro afirmou ter ido ao Congresso na noite de quarta-feira por orientação do presidente Jair Bolsonaro e que, na reunião, houve sugestão do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para que o imbróglio sobre a destinação dos recursos das emendas de relator no Orçamento deste ano fosse pacificado com a destinação para o enfrentamento ao coronavírus.

“Veio a sugestão: vamos pegar esses 10 bilhões que eram objeto de disputa, vamos mandar 5 bilhões para o (ministro da Saúde, Luiz Henrique) Mandetta já, para o ataque ao coronavírus, e vamos separar os outros 5 para um fundo de combate à pandemia à medida que os impactos então se verifiquem”, afirmou Guedes.

O ministro avaliou que “certamente” há espaço para medidas emergenciais além das reformas, mas que a posição de sua pasta é subsidiária à do Ministério da Saúde. Nesse sentido, também pontuou que é necessário haver espaço fiscal para despesas dessa natureza e que são as reformas que abrirão essa brecha.

(com Reuters)
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